Animais

Publicado: Quinta-feira, 16 de julho de 2009

Associação cuida de mais de 190 cães em Itu

O abrigo funciona desde 2005 e precisa de apoio.

Crédito: Lilian Araujo Sartório / www.itu.com.br Associação cuida de mais de 190 cães em Itu
Um dos cãezinhos abrigados pela Associação

Por Lilian Araujo Sartório e Deborah Dubner

A Associação de Socorro e Proteção aos Animais de Itu foi criada, oficialmente, no final do ano 2006 por Thereza Gollitsch Daunt e sua filha Patrícia Gollitsch Daunt. O abrigo, que cuida de cerca de 190 cachorros filhotes e adultos, é propriedade particular da família Daunt e sustentado pela srª. Thereza, com o cuidado e apoio de Rute de Camargo e Silvana Cristina.

A Associação recolhe animais vítimas de maus tratos e os que são encontrados abandonados pelas ruas da cidade e região. Até pouco tempo atrás, havia uma parceria entre a associação e o Centro de Zoonoses de Itu e a equipe do Dr. Sérgio Castanheira. “Depois que o Dr. Sérgio se afastou para concorrer a vereador, eu não fui mais lá. Acredito que não está mais como antes, afirma Thereza”.

Em Itu, é grande o número de pessoas que tem animais e querem se desfazer dos mesmos por diversos motivos. “Não temos condições para receber tantos animais, já que não recebemos nenhuma ajuda financeira para a construção de mais canis”, diz Thereza, que já aumentou o espaço para os cães.

Custos de manutenção

O valor mensal desembolsado para o bem estar dos animais alcança a casa dos milhares. São necessários mantimentos, remédios, cuidados com a saúde em geral (vacinação, curativos, etc). "Vários animais chegam ao abrigo feridos, com a pata quebrada ou com graves doenças, como cinomose, por exemplo", comenta a idealizadora do projeto.

Em 2008, a prefeitura passou a enviar uma verba. “O dinheiro cobre quase todo o gasto que temos com a compra de ração. Mas mesmo assim, há outras necessidades do dia a dia, como remédios, vacinas, cirurgias, etc”, explica Thereza.

Para auxiliar nos gastos mensais, a Associação organiza também bingos beneficentes e aceita doações como ração, remédios e material para construção, já que o número de animais do abrigo não pára de crescer.

Existem também outras iniciativas de pessoas que amam os animais e conhecem as dificuldades. É o caso de Dona Helena, que todo mês deixa R$ 50,00 de crédito no açougue, e do Buffet Dom Armando, que sempre colabora com sobras de carne. “Ele me liga, eu passo lá e apanho”, conta Thereza. Há também médicos que levam amostras de remédios, veterinários que colaboram com castrações gratuitas, etc. Mas, embora sejam ajudas muito importantes, não sustentam os custos fixos da associação. “Tem muita gente que gosta de cães, e que colabora e pode fazer alguma coisa. O que eu não consigo é reunir o pessoal para que a gente tenha uma coisa mais organizada e programada”, explica Thereza.

Doação e castração de animais

Todos os animais do abrigo são castrados, o que gera um custo muito elevado. Mas segundo as proprietárias, é extremamente necessário que haja a castração, tanto dos animais que já foram recolhidos, quanto dos que ainda estão nas ruas.

“Eu contratei um veterinário que me auxilia com tudo. Hoje ele já faz aqui a cirurgia de castração em machos. Para fêmeas é mais complicado, então ainda temos que fazer fora, o que gera um custo maior. Eu andei pedindo tijolos para construir uma sala de procedimentos, e também precisaria de uma mesa com canaleta, para conseguir fazer a cirurgia de castração em fêmeas, mas não consegui ainda”, lamenta.

A Associação participa, em conjunto com o Centro Zoonose, da Campanha de Doações de Animais, que é realizada na Praça do Carmo. “Não é possível levar os nossos cães em todas as campanhas, pois isso acaba estressando os animais. Mas apoiamos essa iniciativa”, declara Patricia.

Sua mãe, Thereza, diz que sempre procura acompanhar a pós doação. “Eu monitoro as doações por telefone, vejo como está o cão, e quando é uma pessoa mais humilde, eu providencio vacina e ajudo como posso”.

Posse Responsável

A Associação recebe muitas denúncias de maus tratos aos animais eninimais muitas vezes têm que recorrer à polícia. "Por isso somos a favor da Posse Responsável para a doação desses animais", diz Patrícia, que luta por lares para os cães.

“Em Itu, infelizmente, existe uma dificuldade muito grande de cuidar de tantos cães, já que as pessoas não têm consciência da importância dessa causa”, diz Patrícia. “No Condomínio Campos de Santo Antônio, os condôminos querem despejar os cachorros que guardam a portaria de serviço, não vêem a importância deles para a proteção do local, reclamam que eles reviram o lixo e fazem sujeira, fato que não é verídico. Uma moradora já mandou castrar os animais, com seu próprio dinheiro, mas os outros ainda tendem a reclamar”, lamenta.

Como ajudar

A Associação de Socorro e Proteção aos Animais de Itu atende pelos telefones (11) 4022-3642, (11) 4025-0680 e (11) 8341-9785. Para os interessados em adotar um cãozinho, alertar o abrigo sobre maus tratos a animais ou mesmo colaborar de alguma forma, é só entrar em contato.

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