Bem estar

Publicado: Quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Vegetariano? Eu sou!

Crédito: Arquivo pessoal Vegetariano? Eu sou!
Carla Mader com os gêmeos Erik (de laranja) e Helena (de azul), e o filho mais velho Martin (de azul marinho) ainda na infância dos pequenos

Arivaldo Nunes é ovo-lacto-vegetariano, ou seja, apenas exclui a carne de seu cardápio. Para ele, o novo hábito alimentar trouxe benefícios à saúde e mudou sua forma de sentir a vida. “O vegetarianismo tornou a minha geladeira mais saudável, apurou o meu olfato e paladar e de quebra deixou o meu sistema imunológico mais forte. As gripes e resfriados anuais simplesmente passaram a me desprezar.”, diz.

A instrutora do Método DeRose e diretora do Núcleo de Cultura - Unidade Itu, Carla Mader, também é adepta ao vegetarianismo, mas como Nunes, prefere não usar o termo. “Tenho uma alimentação biológica, que respeita os princípios da não agressão. Apenas não consumo carnes. De nenhum tipo! Nem brancas, nem vermelhas, nem amarelas, verdes... Explico, pois é incrível como as pessoas não sabem o que é carne. Sempre que falo isso nos oferecem peixe ou frango ou quem sabe até presunto.”, explica. Carla também já organizou um Workshop sobre comida vegetariana, em Itu!

A falta de conhecimento sobre o tema causa situações constrangedoras, tanto para os vegetarianos, como para os carnívoros. “É engraçado como todos se sentem na liberdade de dar a opinião, de leigo, a respeito da sua opção alimentar. Pare para pensar na seguinte situação: você está almoçando, se deliciando com a macarronada al pesto daquele seu restaurante predileto e aquele chato de plantão resolve te dizer que farinha branca não é boa pra saúde. Pois é exatamente isso que fazem quando descobrem que não comemos carnes! Alguns confessam entre dentes, bem baixinho que realmente não é bom, que também tentam diminuir a quantidade. Outros parecem que se sentem ofendidos pela sua atitude e tentam ridicularizar a situação. Após vinte anos sem ingerir qualquer tipo de carne, já passei por tudo que você pode imaginar”, conta.

Para Nunes, esses casos são normais e geram humor. “Não me considero vítima de preconceitos, mas protagonizo algumas situações engraçadas como: você não come carne? Me desculpe, deixa que eu vou pegar um pedaço de presunto pra você! Já Carla se senti ofendida ao ser excluída pelos amigos, de uma festa. “O pior preconceito é aquele que vem dos amigos, que não te convidam mais para um churrasco, porque você não come carne. Podem convidar, nós adoramos levar nossa saborosa comida, bem condimentada, para que todos experimentem e conheçam”, afirma.

Outra dificuldade de Carla foi seguir com a dieta durante a gravidez. "Tive que mudar de médico quando engravidei de gêmeos, pois um doutor se recusou a continuar me atendendo, alegando que eu 'mataria' meus filhos!", diz. Apesar da negação, ela garante que fez a escolha certa e conta como seus filhos nasceram: "Gêmeos de 40 semanas, com 2,850kg cada e super saudáveis, hoje com 8 anos. Fora o irmão mais velho, com 10 anos".

A vegetariana e proprietária do Sítio Caritú, Ulla Rudiger, viu o novo hábito alimentar entrar em sua vida através de uma das filhas. "Já me preocupava com a alimentação desde que minhas filhas eram pequenas, mas naquela época tinha-se pouca informação. Quando uma delas decidiu fazer um trabalho de escola sobre matadouro, um familiar acabou me impressionando muito ao dizer que não comida nada que tivesse olhos". Para ela, o preconceito com esse hábito mudou desde aquele tempo. "Tenho a impressão que as pessoas em geral (e a “mídia” também) estão até que muito interessadas nos hábitos alimentares, principalmente em decorrência da grande quantidade de doenças degenerativas decorrentes da má alimentação, como obesidade, diabetes, pressão alta, doenças da pele (alergias), problemas odontológicos e outras doenças, antes praticamente desconhecidas. Assim, o antigo preconceito tornou-se mais um interesse real por procura de informações".

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