Ituanos vão às ruas reivindicar melhorias no transporte público

Crédito: André Roedel - www.itu.com.br

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Na noite de 20 de junho, milhares de pessoas marcharam pelas ruas da cidade reivindicando melhores condições no transporte público ituano. De acordo com a Polícia Militar, que foi responsável pela segurança da manifestação, cerca de 2 mil pessoas compareceram ao ato pacífico. Mas, de acordo com os manifestantes, o número foi bem maior: mais de 6 mil, a maioria jovens e adolescentes. Um grupo também protestou em frente ao Paço Municipal.

Às 17 horas, os mais engajados na manifestação se reuniram no Largo do Carmo. Aos poucos, mais pessoas se juntaram ao protesto. Por volta das 18h15, eles começaram a marchar pelas ruas do centro da cidade. Passaram pela Floriano Peixoto, Barão do Rio Branco e chegaram à Avenida Octaviano Pereira Mendes, a Marginal. Lá eles pararam o trânsito e seguiram em direção à estrada Itu-Salto.

No meio do caminho, apenas dois momentos de tensão. Na Praça Gaspar Dutra, um ônibus da viação Bonavita (que faz o itinerário Salto-Itu) foi parado por manifestantes mais exaltados. Após um impasse, liberaram o veículo. O outro momento também envolveu um ônibus. No cruzamento entre as avenidas Nove de Julho e Galileu Bicudo, um veículo da linha 8 – Aeroporto foi parado e duas pessoas subiram nele, carregando uma bandeira do Brasil.

Após esses contratempos, a manifestação seguiu pacificamente pela Rua Paula Souza e terminou em frente à Câmara de Vereadores de Itu. Eles depositaram diversos cartazes e faixas - que defendiam "passe livre", "fim da corrupção" entre outras causas - na fachada da Casa de Leis e lá votaram a data do novo ato. O novo protesto deve acontecer neste sábado, dia 22 de junho, a partir das 15 horas.

Protesto na prefeitura

Um grupo menor de manifestantes não seguiu o trajeto proposto pela liderança do movimento. Eles caminharam até o novo Paço Municipal e lá também protestaram. A Guarda Civil Municipal foi responsável pela escolta no local. O 50º Batalhão da Polícia Militar do Interior informou que não houve qualquer tipo de incidente, tanto em frente à prefeitura quanto no Centro.

Início na internet

O protesto foi organizado nas redes sociais motivado pela onda de manifestações pelo Brasil, disse um dos representantes do movimento “Vem pra rua, Itu”, Douglas Batalha. “Nós não temos liderança nenhuma, acho que isso pode ser observado no ato, as pessoas simplesmente se organizaram”, disse o manifestante.

Reivindicações

O grupo redigiu uma carta endereçada ao prefeito Antonio Tuíze, em que é exigido o congelamento das tarifas nos valores de R$ 3,00 para a catraca e R$ 2,80 para os usuários de cartão eletrônico, que se torne público o contrato com a viação Avante e que o mesmo seja revisto, uma nova política de reajuste da tarifa entre outras reivindicações.

“Em primeiro momento, a gente quer que o prefeito Tuíze responda a carta endereçada a ele. Depois, o povo vai estar nas ruas e nós vamos decidir o que vamos fazer”, disse Batalha, que afirma ser “mais um no meio da multidão”.

Tarifa única

Um dia antes do protesto, na tarde de 19 de junho, a Prefeitura de Itu enviou nota à imprensa informando a adoção de tarifa única no transporte coletivo da cidade. Tanto a passagem paga na catraca quanto a adquirida antecipadamente pelo cartão eletrônico será de R$ 3,00. A medida altera o reajuste que aconteceria dia 24 de junho, que aumentaria a tarifa em dinheiro para R$ 3,20 e a do cartão para R$ 3,00.

Protestos no Brasil

A onda de protestos e manifestações que tomam as principais cidades do país nasceu na internet. Pelas mídias sociais, os ativistas traçam rotas das passeatas, mapeiam zonas de risco e divulgam os manifestos e suas reivindicações. O movimento que começou protestando contra o aumento da tarifa de ônibus cresceu e não trata mais somente disso: o povo vai às ruas protestar contra a corrupção, os gastos da Copa do Mundo, enfim, diversos outros problemas que assolam o Brasil.

De acordo com um monitoramento nas mídias sociais feito pela empresa Tribatics, foram mais de 604 mil tweets sobre os protestos enviados entre às 14 horas de 17 de junho e às 9 horas do dia 18. “Brasil”, “rua” e “a maior” foram as palavras mais usadas nas postagens no Twitter, e as hashtags mais usadas foram #VemPraRua, #OGiganteAcordou e #protestosp.

Neste período, 51,32% dos tweets foram de mulheres, 43,08% de homens e 4,6% de empresas. São Paulo foi responsável por 15,7% de todas as menções e a maior parte dos comentários (53,53%) foram feitos por meio do computador. Os outros 46,47 % foram enviados via smartphones e tablets.

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