Mostra de Almeida Júnior no Museu Republicano chega à reta final
Veja as telas que estão em exposição até dia 31 de julho.
Leandro Sarubo
Por Leandro Sarubo
A temporada da Mostra do pintor Almeida Junior no Museu Republicano está próxima de seu fim. No próximo dia 31 de julho as obras, pertencentes também ao Museu Paulista da Universidade de São Paulo, deixarão o andar superior do prédio histórico em que estão expostas desde o dia 8 de maio, data em que se comemora o aniversário dele e o Dia Nacional de todos os artistas plásticos.
Visitada por uma média de 300 visitantes diariamente, a exposição homenageia o homem que inovou o regionalismo nas artes à época ao retratar rostos simples, singulares, próprios do cenário caipira.
O pintor ituano, que completaria 160 anos em 2010, foi amplamente homenageado pela cidade até aqui. Antes de sua obra se hospedar no Museu Republicano, ela passou pela Exposição “Almeida Júnior: o homem e a natureza”, sediada no Quartel de Itu, e em maio foi realizado o lançamento do livro “O modo de vida do caipira em obras de Almeida Júnior”, de Durce Gonçalves.
Os ituanos e amantes da pintura que não pretendem perder a oportunidade de ver de perto a obra deste grande representante das artes plásticas brasileiras deve se dirigir, entre terça e domingo, até dia 31, à rua Barão de Itaim, 67, centro. O horário para visitação é das 10h às 16h.
Quem visitar o museu poderá notar ainda a reforma em sua sala de entrada, cujas paredes foram reforçadas para receber mais uma vez os belíssimos painéis em azulejo que ilustram momentos históricos da cidade, como a Fundação da cidade e a Convenção, primeira republicana do país, em 1873, 16 anos antes da Proclamação da República.
Confira as telas do pintor e detalhes sobre os retratados!

A primeira tela da Mostra traz uma raridade: trata-se do próprio Almeida Junior, retratado por seu único filho beneficiado em testamento, Mário Ybarra de Almeida. Ybarra seguiu a carreira do pai, e chegou a ser diretor técnico do Núcleo de Belas Artes de Araraquara.

Retrato de Dona Thereza Correa de Camargo Leite.
No fim do século XIX era comum entre os brasileiros e entre os europeus o hábito de pintar retratos. Almeida Júnior era um dos artistas mais requisitados e respeitados para tal ofício.

Capitão Antonio Correa Pacheco, irmão do Padre Miguel Correa Pacheco, foi um dos mais ilustres moradores de Itu no século XIX. Sua residência era o sobrado que hoje sedia o Museu da Energia, localizado na rua Paula Souza, área central da cidade.

Elias Fausto Jordão foi um dos fundadores do Partido Republicano Paulista. Influente, elegeu-se deputado em 1898, mas jamais terminou seu mandato - o político, que teve sucesso como engenheiro e empresário, faleceu antes do fim.

José Pinto do Carmo Cintra, fazendeiro, presidiu reunião histórica, anterior à Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, sobre a emancipação dos escravos da lavoura no estado paulista. O documento, histórico, foi assinado e divulgado no dia 20 de janeiro, conseguindo enorme repercussão na época.

Marechal Floriano Peixoto foi o primeiro vice-presidente e o segundo presidente do Brasil, presidindo-o entre 1891 até 1894. Era conhecido como Marechal de Ferro e peça chave para a consolidação da República, proclamada em 1889 por Marechal Deodoro da Fonseca.

Francisco de Assis Gomide, advogado, foi presidente interino do estado de São Paulo por 10 meses, entre 1897 e 1898. Gomide faleceu quando ocupava o cargo de presidente do Senado de São Paulo. O político se suicidou após assassinar a filha, que o incomodava por manter relacionamento com um artista.

Prudente José de Moraes e Barros. Quem é de Itu ou conhece a História do Brasil sabe muito bem que é e o que fez o ilustre ituano. Expoente da política do café com leite, foi o primeiro governador de São Paulo e o terceiro presidente do Brasil - o primeiro considerando as eleições diretas.