Cotidiano

Publicado: Terça-feira, 24 de junho de 2008

Romaria de Itu/Pirapora, um misto de fé e diversão

O grandioso passeio tem reunido mais de 500 pessoas por ano.

Crédito: Camila Bertolazzi / www.itu.com.br Romaria de Itu/Pirapora, um misto de fé e diversão
No ano passado, mais de 500 pessoas participaram da romaria
Por Camila Bertolazzi

“Cada romeiro poderá depositar seu lanche no caminhão que irá para esse fim. As pessoas que desejarem mandar almoço no dia 28 deverão entregá-lo no Bar Santa Rita até às 10h, onde haverá uma condução que levará as coisas”. Mensagem escrita no panfleto de propaganda da 1ª Romaria.
 
Em 1967, mais exatamente no dia 27 de maio, um grupo formado por aproximadamente 50 pessoas parte de Itu em direção a Pirapora do Bom Jesus. Tem início nessa data, a primeira romaria de Itu a Pirapora.
 
Junto com o passeio, surge também a Associação dos Romeiros de Itu, presidida na época pelo Sr. Regimildo Micai e pelo Sr. Hercílio Agarussi. Segundo Fernando Meirelles, Conselheiro da Associação, a mesma só foi criada, devido à necessidade. “Muitos nem pensam nisso, mas para que a romaria saia, muitas providências são tomadas”. As providências na qual Fernando se refere, são entre outras coisas, com relação ao trânsito, ao departamento jurídico, à segurança e às ambulâncias.
 
Além disso, “a Associação tem um gasto muito alto com a romaria”, afirma Meirelles. Na última edição do passeio, que aconteceu nos dias 7 e 8 de julho do ano passado, foram gastos cerca de R$27 mil. Entre as despesas, aluguel do ponto de almoço em Cabreúva, flâmula com a imagem do Bom Jesus - que é distribuída gratuitamente para todos que participam -, contratação de um ferreiro, de seguranças e de um veterinário.
 
O trabalho do veterinário é muito importante. Ele acompanha a romaria para inspecionar as condições do cavalo. “Quando nota-se que o cavalo está mais lento que o normal, o veterinário faz um teste no animal. Se o batimento cardíaco estiver muito acelerado, o cavalo tem que parar”, afirma Meirelles. “Muitos cavalos não tem preparo físico para andar tantos quilômetros”, completa o Conselheiro.
 
Além das más condições físicas, o cavalo e o cavaleiro também podem ser retirados do passeio caso o animal esteja sendo mal tratado, ou se a pessoa atrapalhar os demais com muita bagunça. “Têm aqueles que não são romeiros, que são bagunceiros, é diferente. Mas nós não podemos generalizar”. Meirelles ainda completa dizendo: “Precisamos lembrar que a romaria, além da diversão é um gesto de fé”.
 
Para arrecadar todo o dinheiro necessário, a Associação promove passeios a cavalo para lugares tradicionais da cidade, como para o bar da Dinda e para o Tio Velho. Ano passado, os dois eventos que antecederam a romaria foi a Cavalgada ao Rancho Bela Vista, na estrada do Jacuhú, e para o Pesqueiro Maeda.
 
Outro grande evento que contribui para a arrecadação anual é o Jantar Dançante feito na Anzu Club, que foi realizado pela primeira vez em 2006, também em comemoração aos 40 anos da romaria. As quatro décadas do evento também foram festejadas com a produção de vários painéis fotográficos que estão sendo expostos na Cooperativa Agrícola de Itu.
 
Nesses 40 anos, a participação das mulheres está sendo cada vez maior, o que segundo Fernando Meirelles faz com que o nível dos romeiros melhore. “Com a presença feminina, os cavaleiros respeitam mais, pensam duas vezes para falar e fazer alguma bobagem”. E completa: “Além da presença maciça de mulheres, crianças e famílias inteiras, também percebemos o aumento de pessoas que participam da romaria com bicicleta, charrete, a pé e até mesmo de carro, apesar do mais comum ainda ser a cavalo”, conta Meirelles.
 
“A idéia é sempre melhorar, e a romaria a cada ano vem melhorando. No ponto de almoço a Associação distribui feno para os animais; na chegada em Pirapora, é dado mais dois quilos de ração laminada. Mas, acima de tudo, priorizamos a segurança nas estradas, colocando faixas avisando sobre a romaria, além do ponteiro e do culateiro”, comenta Meirelles.
 
Ponteiro e culateiro são cavaleiros que seguem a frente e a trás da romaria, respectivamente, ambos segurando a bandeira do município. O ponteiro tem a função de “chamar” os romeiros, e o culateiro, tenta, da maneira possível, chamar os atrasados, além de dar um suporte para os que ficam para trás.
 
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