Entidades promovem visita a antiga Usina Hidrelétrica das Lavras

Entidades de Salto, Itu e Indaiatuba ligadas a cultura italiana, promoveram na manhã do dia 11 de agosto, visita as instalações da antiga Usina Hidrelétrica das Lavras, hoje Parque Municipal. O evento faz parte das comemorações do ano Itália-Brasil (Momento Itália-Brasil, MIB).

O encontro do grupo de visitantes se deu de fronte ao portão principal do Teatro Giuseppe Verdi, rua José Galvão, 104, centro de Salto. A edificação é importante patrimônio histórico ligado a contribuição da colônia italiana para a cultura da cidade.

No início da visita os participantes se dirigiram até o ponto mais alto do monumento a Nossa Senhora do Monte Serrat, local de onde foi possível avistar o território de Salto que faz passagem da área do Planalto Atlântico, como também a porção do município encravado na Bacia Sedimentar do Paraná.

A partir deste ponto foi feita explanação geográfica pela Doutora Iara Weisseberg, a qual falou sobre as condições geológicas e fluviais que possibilitaram a instalação da primeira hidrelétrica de alcance regional do médio rio Tietê.

Em seguida, junto a entrada do parque das Lavras os visitantes tiveram oportunidade de conhecer os diferentes tipos de granito encontrados na região e ouvir da geóloga explicações a respeito da origem e formação dos granitos em Salto.

A construção da usina das Lavras (1904 a 1906), foi uma iniciativa da Companhia Ituana de Força e Luz, empresa formada por capital ituano, que contou com mão de obra de imigrantes, principalmente italianos, muitos deles especializados na arte da cantaria. Os materiais que serviram para a construção das estruturas foram os granitos de cor rósea retirado de jazidas da rocha nos próprios locais das obras.

Com a entrada em funcionamento da usina a operação passou a ser realizada por técnicos residentes em Salto, muitos deles igualmente italianos ou pertencentes a famílias descendentes de italianos.

Inaugurada em 1906 Lavras inicialmente alimentava apenas a rede elétrica de Itu, serviço que se estendeu também para Salto em 1907.

Mais tarde a Usina foi vendida para Light and Power, que era proprietária de outras pequenas usinas hidrelétricas na região, dentre elas a Monte Serrat e a Quilombo, ambas localizadas no rio Jundiaí, nas proximidades de Indaiatuba, sendo que muitos técnicos saltenses eram designados pela Light para operá-las.

A Usina sofreu danos decorrentes da grande enchente do ano 1929, que resultou na sua paralização até o ano 1935. Desde então a usina passou a operar de forma complementar com a recém inaugurada (ano de 1928) Usina Hidrelétrica de Porto Góes, encerrando definitivamente as atividades no ano de 1956. Em 1971 a área, que se encontrava praticamente abandonada, foi adquirida pela Prefeitura do Município de Salto.