Publicado: Sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Empada frita é bem cultural de Salto
O quitute é praticamente exclusivo na cidade.
Lilian SartórioA empada frita está prestes a se tornar um bem cultural gastronômico da cidade de Salto. Pesquisas realizadas pela Secretaria da Cultura e do Turismo mostra, que o quitute é praticamente exclusivo da cidade.
A idéia surgiu já há vários meses, em uma das reuniões do Comtur – Conselho Municipal de Turismo, quando se falou da grande procura da empada, inclusive por pessoas de outras cidades, que vêm fazer suas encomendas em Salto.
A idéia surgiu já há vários meses, em uma das reuniões do Comtur – Conselho Municipal de Turismo, quando se falou da grande procura da empada, inclusive por pessoas de outras cidades, que vêm fazer suas encomendas em Salto.
Na tarde da última segunda-feira a Secretaria reuniu várias empadeiras da cidade, num encontro na Biblioteca Pública. As senhoras convidadas tomaram conhecimento das várias providências em andamento: criação de pôsters, folhetos, selos de qualidade e vídeo narrando a origem da empada frita, e a disposição de, doravante, levar o produto a todas as feiras e demais eventos de turismo e cultura onde Salto se faça presente.
As quituteiras mostraram seu contentamento com a medida oficial e narraram curiosidades do seu trabalho no atendimento das encomendas, bem como detalhes sobre a arte que aprenderam e seu cotidiano à frente do negócio das empadas fritas.
As iniciativas, que serão melhor detalhadas à imprensa nos próximos dias, visam garantir à empada de Salto um tratamento similar ao que muitas localidades dispensam a seus atrativos gastronômicos, como a cachaça de Parati, o barreado do litoral do Paraná, a moqueca capixaba, dentre muitos outros exemplos.
Décadas de Tradição
A origem da receita da empada frita de Salto permanece incerta. O que se sabe é que a precursora no seu preparo foi Diamantina Andriolli, popularmente conhecida como Dona Nena, que teria aprendido a receita com seus familiares. A partir da década de 1940, Dona Nena preparava suas empadas, juntamente com as ajudantes Dona Julica e Dona Eliza. Os quitutes, muito apreciados já naquela época, eram vendidos por meninos nas ruas de Salto, em cestos de vime.
Com o tempo, a empada frita passou a ser preparada por várias outras senhoras saltenses, seguindo basicamente a mesma receita, cuja massa leva farinha de trigo, água, sal, fermento, gordura e um pouco de aguardente. Os recheios mais usuais são o frango e o palmito, mas ela também já foi preparada com camarão e mesmo bacalhau. Ao longo de mais de meio século, desenvolveu-se o hábito de abastecer os bares da cidade e atender encomendas para festas e outros eventos, com as empadas no tamanho grande, tradicional, ou menores, entregues às dúzias e centenas.
Mulheres saltenses, como Alzira Pacher Bonatti (Dona Ila), Idair Scalet, Alzira Cruz Figueiredo, Otília Alves Amaral, Jacira Pacher, Irene Zanuni, estão entre as muitas empadeiras que sustentam até hoje uma tradição local, de vez que a empada frita não é encontrada em outros lugares. É comum pessoas de outras localidades fazerem suas encomendas de empadas fritas em Salto, depois de as terem conhecido através de algum parente ou amigo.
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