Publicado: Quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Barros Freire, um eterno contador de histórias
Camila Bertolazzi
A eterna alegria por ter realizado o DVD Monumentos Históricos Itu, mais uma vez, nos proporciona lições de vida e a generosa benção de novos amigos. Gente iluminada com um inesquecível sorriso no olhar e o sempre carinho no abraço. Na arte do compartilhar os saberes se transmite o simples saber viver.
O professor Jair de Oliveira, por exemplo, me apresentou o livro "Itu: Quatro Séculos de História” de Tom Maia - Expressão editorial, São Paulo - 1995. As fachadas dos principais monumentos de Itu estão magistralmente reproduzidas em nanquim com o delicado traço do artista Tom Maia.
As ilustrações das centenárias igrejas ituanas foram gravadas e editadas no vídeo e sonorizadas com músicas das partituras restauradas – século XIX - dos maestros Elias Lobo, Tristão Mariano, Jesuino do Montecarmelo. Posteriormente elas foram apresentadas pelo regente Luís Roberto de Francisco com o brilhante Coral Vozes de Itu durante as cerimônias da Semana Santa na capela mor das igrejas do Carmo e Bom Jesus da Cana Verde. Sermão das Sete Palavras, Trevas e Procissão dos Passos são pura emoção! Quem viu, ouviu e viveu.
Thereza e Tom Maia, consagrados internacionalmente, são historiadores e autores de mais de cinquenta livros sobre o patrimônio cultural no Brasil. A generosidade, alegria e a sapiência do casal é Franciscana. Nasceram e vivem em Guaratinguetá. São descendentes de Frei António de Santana Galvão.
Remando e garimpando informações sobre a expansão das nossas fronteiras - para um documentário sobre a história de Porto Feliz (Roteiro do Bandeirantes) - descobri, graças a recomendação do historiador Jonas Soares de Souza e do professor Cláudio Maffei, mais uma dica preciosa. A impecável dissertação de Mestrado “Os Fantasmas do Rio” – um estudo sobre a memória das Monções assinada pelo professor Valderez Antonio da Silva. Ele menciona mais uma obra de Tom e Thereza: “O Folclore das Tropas, Tropeiros e Cargueiros no Vale do Paraíba” - Secretaria de Estado da Cultura- São Paulo - 1981.
Com muita sensibilidade os historiadores selecionaram provérbios que nasceram entre os tropeiros no Brasil Colônia e chegaram até nós em pleno século XXI. Vamos compartilhar e sorrir.
- Picar a mula
- Em burro velho, freio grande.
- Burro não se amansa, se conforma.
- Quem lava a cabeça do burro perde o trabalho e o sabão.
- A mula não mancou, fiado acabou.
- Quando um burro fala o outro baixa a orelha
- Dar com os burros n’água
- Ser uma besta-quadrada
- Ficar bestificado
- De pensar morreu um burro
- Pai dos burros (para o dicionário)
- Cor de burro quando foge
- Fulano desembestou
- Estar emburrado
- Empacar
- Enfeitada feito madrinha de tropa
- Estar com o burro na sombra
- É bom pra burro
Este é apenas um cantinho na história dos anônimos tropeiros que dividem com monçoeiros, proeiros e remadores de Porto Feliz, a glória silenciosa de expandir o território brasileiro muito além do Tratado de Tordesilhas.
Abenção Jair de Oliveira;
Abenção Jonas Soares;
Abenção Claudio Maffei;
Abenção Tom e Thereza Maia;
Abenção Coral Vozes de Itu;
Abenção Luis Roberto;
Abenção Valderez Antônio;
Abenção Álvaro Stela;
Abenção professor Darcy Ribeiro, que um dia já disse: “História tem muita! Falta é mais gente para contar!”
José Antonio Barros Freire organiza DVDs sobre o patrimônio histórico do Estado de São Paulo.
Abenção Valderez Antônio;
Abenção Álvaro Stela;
Abenção professor Darcy Ribeiro, que um dia já disse: “História tem muita! Falta é mais gente para contar!”
José Antonio Barros Freire organiza DVDs sobre o patrimônio histórico do Estado de São Paulo.
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