Cotidiano

Publicado: Terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Itu: 400 anos e muitos apelidos

Cidade dos Exageros, Roma Brasileira e muito mais!

Crédito: Arquivo Jonas Souza Itu: 400 anos e muitos apelidos
O azulejo ilustra a história do apelido " Itu: Berço da República"
Por Deborah Dubner
No dia 02 de fevereiro, Itu completa 400 anos. Um marco histórico para a cidade e para todo o Brasil.
Eventos comemorativos já começaram em 2009, como o coral de 400 vozes de crianças e o lançamento do livro Itu 400 anos. E certamente a celebração se estenderá ao longo do ano de 2010, a começar pelo destaque no Carnaval Paulista, que terá a escola de samba Império de Casa Verde homenageando Itu em seu samba enredo.

Para celebrar a importante data, o itu.com.br tem desenvolvido campanhas e reportagens especiais,exercitando o olhar para os diversos segmentos que envolvem a vida da cidade.
Uma coisa não poderia ficar de fora: os apelidos! Selecionamos alguns principais, uns mais famosos, outros menos. Fique por dentro e escreva o seu comentário!
Itu: Roma Brasileira

História

No início do século XX, o Cardeal Arcoverde chamou Itu de Roma Brasileira, em visita ao Colégio São Luiz. Lembrou a intervenção dos Jesuítas na cidade, sobretudo com a fundação do Colégio São Luiz. Conta à lenda que o Imperador D. Pedro II já o havia citado também, muitos anos antes, pela existência de tantas igrejas, colégios católicos, irmandades, padres e freiras.

Outra versão da história reforça que o título foi dado à cidade na própria fundação Colégio São Luis, em 1867. O que deixa claro que, ao contrário do que muitos pensam, Itu não é chamada de Roma Brasileira por causa de suas inúmeras igrejas.

A Companhia de Jesus – os jesuítas – trouxeram para Itu, todo o conhecimento físico, químico, astronômico e cultural de Roma, tornando a pequena cidade do interior paulista ainda mais rica em educação, igualando-se ao centro de Roma.

Seja como for, o garboso título foi rapidamente incorporado à lista de apelidos do Berço da República e se mantém vivo até hoje.

Religiosidade

Apesar dos Jesuítas não estarem mais presentes em Itu e sua força na Igreja do Brasil ter diminuído muito, a cidade ficou com as marcas dessa religiosidade extrema. O Apostolado da Oração, maior irmandade católica do Brasil, ainda tem seu Santuário em Itu, dentro da Igreja do Bom Jesus. Lá está enterrado o fundador do Apostolado da Oração no Brasil, irmandade presente em praticamente todas as cidades brasileiras.

Além disso, há em Itu grande quantidade de igrejas, alguns conventos femininos e uma freqüência notável da comunidade às igrejas.

Existe também uma importância ou significado arquitetônico e histórico nas igrejas de Itu. A Matriz é o maior monumento do barroco paulista e uma das mais antigas paróquias do Estado. Em conjunto, as cinco igrejas centrais formam um patrimônio que não existe em São Paulo, o que dá maior força ao significado de Roma Brasileira.

Turismo religioso

Apesar de Itu ser conhecida como Roma Brasileira, infelizmente não aproveita o título em relação ao Turismo Religioso. Muito ainda pode ser feito a fim de criar meios para a conjugação de esforços do turismo com a igreja. “Até os anos 80 havia romarias de mais de mil pessoas, vindas para visitar a Igreja do Bom Jesus e Igreja de São Benedito em diversas partes do ano”, lembram os moradores do centro da cidade.

Por que não retomar esta época? Porque não organizar mais peregrinações a Itu? Esta é uma pergunta que a equipe do www.itu.com.br, sempre envolvida com o melhor de Itu e com os diversos tipos de turismo, faz aos envolvidos com o tema (entidades de turismo, associações, igrejas e Administração Municipal). Afinal, nunca é tarde para começar!

Itu: Berço da República

Itu foi berço do movimento republicano que mais tarde, pôs fim à monarquia no Brasil. Por esse fato, a cidade ficou conhecida como "Berço da República" e no local onde foi realizada a primeira reunião do movimento republicano se encontra hoje o Museu Republicano "Convenção de Itu" que guarda viva a memória desse acontecimento.

O Museu Republicano foi construído em meados do século XIX e guarda em seu interior um rico acervo de fotos, documentos, objetos e obras de arte, que são a memória do Partido Paulista Republicano.

Os detalhes desta passagem tão importante para Itu e para todo o Brasil estão descritos em um belo artigo do historiador Jonas Soares de Souza.

Itu: Cidade dos Exageros
 
Itu conquistou a fama de "Cidade dos Exageros" graças a Simplício, um comediante ituano nascido no ano de 1916, que faleceu em 2003. Tudo começou assim: Uma dia, no banco da praça do programa humorístico "Praça da Alegria, na extinta Rede Tupi, Simplício burlou o script.

Seu personagem era um caipira do interior. Manoel de Nóbrega, que apresentava o programa, costumava pedir que a esposa explicasse ao público o tamanho dos objetos que existiam em sua terra. Havia sempre o exagero. Um dia, Simplício arriscou: "Ofélia, diga o tamanho da mandioca que tem lá na nossa cidade, em Itu".

Nesse momento, Nóbrega, ao vivo, brincou com o comediante: "promovendo, hein”? Desde então Itu tornou-se a cidade onde tudo é grande. Pessoas do Brasil todo mandavam a Itu seus legumes fora do comum, a fim de que fossem parar na TV.

Atualmente, Itu tem o orelhão e o semáforo gigante na praça da Matriz. Na mesma praça, visitantes do mundo todo se divertem com os lembranções do Gigantão. E um projeto de construção da Praça dos Exageros está em andamento.

Itu: a Fidelíssima

Itu ganhou de D. Pedro I o título de Fidelíssima logo após a Independência.

No artigo do historiador Jonas Soares de Souza, ele escreve: “A 17 de março de 1823, já aclamado imperador D. Pedro I, Sua Alteza Real assinou a Carta Régia que concedeu a Itu o título de Fidelíssima, “por se ter avantajado a outras povoações por seu denodo e patriotismo”. Conheça os detalhes dessa história!

Itu: Boca do Sertão

No século XVII durante decênios Itu foi o ponto mais profundo do povoamento de todo o Brasil — a “Boca do Sertão”. O historiador Afonso de Escragnolle Taunay, organizador do Museu Republicano “Convenção de Itu”, teve a idéia de representar essa fase da história local em três painéis de azulejos, aos quais deu os títulos de 1. Missão de Maniçoba (1553), 2. Itu: Boca do Sertão e 3. Fundação de Itu em 1610 por Domingos Fernandes e Cristóvão Diniz.
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