A festa dos Almeida Prado em Jaú

Cerca de 1200 pessoas – entre parentes e agregados - aderiram ao movimento familiar de celebração dos 150 anos da escritura da primeira fazenda dos Almeida Prados em Jaú. A relação com Itu é visceral, pois Jaú foi fundada e colonizada por ituanos.

Idealizada por Esther Pacheco de Almeida Prado, de 52 anos e pertencente à sexta geração, a grande festa celebrou a vinda dos pioneiros a Jaú, no dia 13 de setembro de 1858. O principal motivo foi na verdade o resgate das raízes e a possibilidade de reencontrar – ou conhecer - primos distantes. "Conheci uma prima pelo blog. Somos contemporâneas", diz Esther. "Trocamos mensagens e descobri que nossas bisavós são irmãs. Foi o máximo."

O blog, criado em abril deste ano especialmente para este fim, foi o principal divulgador e aglutinador das idéias e memórias da família. Com a função de “ponto de encontro dos Almeida Prados”, rastreou e juntou integrantes distantes ou desconhecidos. O assunto ganhou fôlego e com o passar dos meses, mais colaborações foram surgindo de primos de várias partes do Brasil, entre fotos, vídeos e histórias da família. Os acessos ultrapassaram a casa dos 20.000.

Maria Olympia, moradora de Itu que foi à festa, contou animada: “Da minha família próxima, só eu pude ir nesse evento. Eu sinto isso como um resgate das minhas raízes. Tinha Almeida Prado até de Rondônia, foi muito legal ver as pessoas chegando de todos os cantos, hotéis lotados, e todo mundo em clima de confraternização!”, contou emocionada.

De Itu, além de Olympia e Raul Almeida Prado, esteve presente também Inaldo Lepsh, autor do livro Barão do Itaim, que foi sorteado entre os presentes.

O grande evento foi organizado por uma comissão de 12 pessoas, incluindo um jornalista da família. “Uma comissão de parentes abnegados, da qual eu faço parte e adoro”, conta Raul Almeida Prado, de Itu. “É a primeira vez que os Almeida Prados dão esse tipo de festa e quando eu vi me entusiasmei e resolvi participar”, declarou.

A festa ocorreu na sede de campo do Jahu Clube e foi aberta a todos os parentes e agregados. Grande parte dos presentes era de parentes colaterais (Sampaio, Pacheco, Arruda, Otaviano Pereira, Xavier, Bauer, Botelho, Galvão). O político Plinio de Arruda Sampaio também compareceu ao encontro.

Na ocasião, foram lançados dois livros relacionados com a família. Uma senhora de 99 anos foi homenageada como a pessoa mais idosa presente nas festividades. Além disso, foi apresentado um filme sobre a saga da chegada da família na Vila de Jahu, que emocionou os presentes, mostrando a coragem e determinação dos Almeida Prado.

O intuito foi também aproveitar a data para orientar quem é de cada parte da família. Foram distribuídos crachás separados por cores de ramo, para facilitar o entendimento e promover entrosamento. “Todos se comunicavam procurando e entrelaçando os vínculos de consangüinidade. Foi muito emocionante ver, durante o almoço no Clube de Campo, as pessoas descobrindo seus ramos familiares”, contou Olympia.

Memórias e histórias puderam ser compartilhadas, como as de Ari Xavier Bauer de Almeida Prado (82) e Celso Sampaio Pacheco de Almeida Prado (94), contemporâneos de Olympio Prado Alves, pai de Maria Olympia, que descreveram para a filha muitas recordações de infância.

“Lá fiquei sabendo sobre a coroa de Nossa Senhora do Patrocínio (que foi levada de Itu para lá pela família Almeida Prado. Essa coroa possui um brilhantinho encrustado, que foi uma doação de meu avô Abílio Alves de Almeida, em cumprimento a uma promessa feita por ele, relativa a uma boa colheita de safra de café. Achei lindo! Depois fui conferir na imagem de Nossa Senhora. A missa foi linda, com a igreja lotada”, revelou Olympia.

Uma festa para ficar na história!

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