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Publicado: Domingo, 27 de janeiro de 2008

Dia do Jornalista - Ditinha Schanoski

Crédito: Arquivo pessoal Dia do Jornalista - Ditinha Schanoski
"Nossa principal missão é fazer história onde a história parou"

Qual é a missão do jornalista?
A missão do jornalista é sagrada! Não realizamos nenhum milagre. Apenas trabalhamos com vontade de fazer bem o que deve ser feito. Nos últimos anos, o mercado de trabalho para os jornalistas ganhou um novo espaço no mundo virtual e passou a exigir novas habilidades do profissional. Rapidez, segurança, visão ampla em selecionar e apurar informações. Além da bagagem do repórter tradicional, ele deve ter o olho do fotógrafo, o domínio do texto e o discernimento do editor. A principal missão é fazer história onde a história parou.
 
Qual é o maior desafio?
O jornalista tem de ser isento. Seus sentimentos pessoais não interessam a ninguém e com isso, nosso desafio é constante. Difícil? Desafiador, talvez. Mas aí está o grande fascínio do escritor e do jornalista. Não existem semanas típicas na vida de um jornalista. Cada edição coloca os repórteres e redatores diante de situações novas, em que o desafio é transformar as oportunidades em boas reportagens sempre cumprindo uma das regras básicas do Manual da Redação.
Uma das regras de nossa serenidade que o trabalho nos apresenta são os colegas (de profissão) que nos cercam. Na redação de um jornal cada um executa sua tarefa, a diferença é que o sucesso depende da soma do talento de todos.
 
Qual o seu sonho como jornalista?
São tantos! Jornalistas e repórteres são seres apaixonados pelo que fazem e com isso estão sempre em busca de sonhos.
Vivo com muita intensidade, como agora, quando estou tentando passar minhas emoções. E é destas emoções que nasce o meu sonho diário como jornalista.
Acredito que o sonho de todo jornalista é ser reconhecido pelo seu trabalho.
 
Qual o tipo de mídia com que mais se identifica?
A escrita. Gosto de escrever! Escrevo para não esquecer do que acredito. O meu problema é que tenho vontade de transformar tudo o que eu vejo, escuto e sinto em texto. Passo o tempo inteiro de antena ligada, anotando frases, memorizando acontecimentos. Você se acostuma a escrever não esperando inspiração. Passa a acreditar que existem dias bons e dias maus, dias em que você escreve e o que sai não parece tão horrível e dias em que tem que jogar fora o que escreveu. Ajuda a adquirir o ofício e isso não tem preço. Tudo é raio em nossos dias. Quem não se adapta aos fotos novos a cada instante corre o risco de ficar para trás, perdendo o trem da história.
 
Como você descobriu que queria ser jornalista?
Casualmente. Convidada que fui a fazer parte da equipe de colaboradores, como voluntária, do Centenário Jornal A Federação, no ano de 1994. Foi assim que descobri minha paixão pela imprensa. O trabalho no jornal me permitiu fazer “carreira”. Do setor comercial passei a revisora, repórter, fotógrafa, colunista das Páginas Feminina e Social e como cronista ou articulista. Foi assim que descobri alguma vivencia no ofício (apesar de não ter o diploma), adquiri a experiência no fascinante ambiente das redações.
 
Conte uma reportagem que mudou sua vida.
A memória me surpreende. Conserva fatos e esquece outros que, às vezes, mais tarde, voltam à lembrança e fazem reviver emoções do passado.
Fiquei chocada certa ocasião quando um menor foi preso e disse: “Não tenho medo de nada nem de morrer”. Seu olhar era penetrante. Fiquei comovida com seu sofrimento e com sua situação. Como mulher e mãe, lamentei tais circunstancias. Isso me fez chorar, pelos nossos meninos de rua que não conhecem o sentido da palavra “ternura”. Confesso que não consegui editar esta matéria. Desliguei o computador. Nada mais havia a ser dito ou escrito. Naquele momento, lembrei-me das palavras de Shakespeare: “O resto é silêncio”.
 
Complete a frase: “Se eu pudesse fazer um mundo melhor como jornalista, eu ...”
Excluiria definitivamente o medo da mesmice. O horror à acomodação. Realizaria o sonho de fazer sempre o melhor. Confirmaria que a liberdade de expressão é uma condição própria e indiscutível da mídia.

Um brinde aos profissionais do quarto poder pelo Dia do Jornalista.
Parabéns a todos! A missão é linda e a vitória merecida.

Ditinha Schanoski é Diretora comercial e colunista social do centenário Jornal “A Federação” e ativista em diversas ongs e associações.
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