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Publicado: Sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Dia do Jornalista - Bernardo Campos

Crédito: Arquivo pessoal Dia do Jornalista - Bernardo Campos
"Meu pai foi proprietário de gráfica, editor de jornais e articulista exímio, sim, com alma de poeta"

Qual a missão do jornalista?
 
Cumpre ao jornalista, ao ser eminentemente ético, tentar suprir o máximo possível das carências do leitor, com informações seguras.
 
Qual o maior desafio?
 
Saber chegar ao grande público, num estilo próprio e inconfundível, com pleno domínio do idioma pátrio.
 
Qual o seu sonho como jornalista?
 
O confortável e justo prazer de saber-se lido e apreciado. Sonho na verdade já realizado ao longo de meio século de jornalismo constante e sem férias, mas também perpetuado na busca incessante do aprimoramento.
 
Qual é o tipo de mídia com que mais se identifica?
 
Com o da mídia impressa, no verdadeiro estado de espírito que caracteriza o cronista, - justamente o de ser delicado e tenso, sagaz e terno, poeta sem versos, inquieto captador das minudências do cotidiano.
 
Como você descobriu que queria ser jornalista?
 
De modo instintivo e natural. Meu pai foi proprietário de gráfica, editor de jornais e articulista exímio, sim, com alma de poeta.
 
Conte uma reportagem que mudou a sua vida.
 
Não como reportagem nem a ponto de mudar minha vida, mas por meio de crônicas, entre outras, duas talvez tenham sido de maior destaque: ITU TEM JEITO?
 
Faz alguns anos, ousei afirmar que o último prefeito de Itu fora o saudoso e competente Dr. Felippe Nagib Chebel, no longínquo mandato de 1952/1955. Com essa matéria, esgotou-se a edição do Jornal “A Federação” e, sob licença, foi ela publicada também no Jornal Periscópio. TÃO FLORES COMO AS FLORES.
 
O jornal no prelo, de última hora pois, sem maiores pretensões, inventei um diálogo, dizendo-me preso na garagem porque haviam estacionado na porta. À espera, de dentro do carro, entabulei conversa com um par de gramíneas (estas verdadeiras!), que tinham vicejado numa fresta, junto à parede. O jornal nas bancas, surpreendentemente, tanto por telefone como na rua, fui muito cumprimentado. Algo reconfortante até  pela inesperada repercussão.
 
Complete a frase: “Se eu pudesse fazer um mundo melhor como jornalista, eu...”

Eu continuaria a fazer o que sempre fiz, nestes 50 anos: escrever com o melhor dos intuitos, às vezes com um certo e necessário arrojo, mas com respeito e sem excessos, escravo da ética e da verdade.

Bernardo Campos é jornalista e advogado.
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