Cultura

Publicado: Quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O lendário Barão do Itaim

Crédito: Arquivo Pessoal O lendário Barão do Itaim
Foto de 1904 que mostra o "estado-maior" do Partido Jagunço. (De branco, o Barão do Itaim)
Vida e obra
Nascido em 16 de julho de 1821, Bento Dias de Almeida Prado era latifundiário, dono de um grande número de escravos, mas acabou entrando para a história do município justamente pelo fato de, em 1884, portanto quatro anos antes da Abolição Oficial da Escravatura, ter concedido liberdade à mão-de-obra negra que trabalhava em suas terras. Na época, suas fazendas contavam com 113 escravos, que ganharam a liberdade sob a condição de continuarem a trabalhar por dois anos em suas propriedades, desta vez, como assalariados. No mesmo ano, concedeu aos escravos libertos uma parcela do rendimento obtido com a safra de açúcar.
 
Barão do Itaim recebeu esse título do Imperador Dom Pedro II, em 1885, como reconhecimento por seu ato de libertação dos escravos. Nessa época ele também acumulou o cargo de capitão da Guarda Municipal, atingindo o posto de major em 1893. O ituano também exerceu cargos públicos, cumprindo mandato de vereador, provedor da Santa Casa de Misericórdia de Itu e zelador do hospital dos Lázaros.

O Barão também foi um dos principais responsáveis pela implantação da iluminação pública em Itu. Em 1902, ajudou a fundar a Companhia Ituana Força e Luz, contribuindo com 15,62% dos gastos. A Usina de Lavras, de onde viria a energia elétrica para Itu, foi inaugurada no dia 24 de dezembro de 1906.
 
O lendário Barão faleceu em 17 de fevereiro de 1908.
 
A rua Barão do Itaim
O Barão foi uma figura de destaque na estrutura econômica e na política ituana do Tempo do Império. O seu nome ficou registrado nas crônicas e na história local, e dá nome a essa importante via pública do centro histórico, que anteriormente chamava-se rua do Carmo.
 
Tendo vivido sempre em Itu, o local onde ergueu sua casa, atual Casa do Barão, foi reformada para abrigar a Prefeitura Municipal e a Câmara dos Vereadores. Em 1950, o local passou a abrigar exclusivamente a Prefeitura e hoje, está anexado ao Museu Republicano que é administrado pela Universidade de São Paulo, e patrocina cursos e eventos culturais. Sem dúvida, a rua Barão do Itaim é uma das mais visitadas por turistas, estudantes e pesquisadores.
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