Cultura

Publicado: Quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Eduardo Palma fala sobre a dor de perder um filho

"Perder um filho é a maior dor que alguém pode sentir. O passado já passou, o presente está sendo sem ele, e futuro não existe porque a família perdeu o seu descendente.
 
A reação varia de pessoa por pessoa. Eu, de dois a três anos depois da morte do meu filho, fiquei sem foco – deprimido, com raiva, alienado –, sem compreensão, não conseguia fazer nada. Mas nós temos que passar por isso, não tem como não passar. Não adianta tapar o tempo com trabalho ou qualquer outra coisa, faz tudo mal feito; pode até ocupar o tempo, mas depois a dor volta ainda mais pesada. Faz parte passar por esse vale, quem diz que não passou, não está sendo sincero ou não amava realmente o filho.
 
Quando uma perda dessa dimensão acontece nas nossas vidas, ocorre uma mudança muito grande, digo isso por mim mesmo e pela minha esposa. Ficamos mais religiosos, temos mais fé, deixamos de nos apegar tanto as coisas materiais, compreendemos melhor o relacionamento humano, damos menos importância as coisas pequenas, e a família torna-se algo muito mais importante. Temos também a tendência de ajudar o próximo, e isso é bom, pois encontramos pessoas com problemas tão grandes e não nos sentimos tão sozinhos. Existe também quem perde o filho e se reclusa, se fecha para tudo e todos, essas precisam de muita ajuda, uma ajuda espiritual.”
 
Eduardo Palma, membro da Escola de Pais de Itu.
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