Cinema

Publicado: Terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Mostra de cinema presta homenagem aos 50 anos sem Yasujiro Ozu

Exibições acontecem no Auditório MIS de 19 a 22 de dezembro.

Mostra de cinema presta homenagem aos 50 anos sem Yasujiro Ozu
Do sofrimento silencioso das relações entre pais e fihos, Ozu leva ao público a arte oriental fundada em conceitos tradicionais

O dia 12 de dezembro é marcado pelo nascimento e também partida de um dos principais nomes do cinema japonês. Nascido em 1903, Yasujiro Ozu será homenageado na mostra “50 anos sem Ozu”, que acontece no Auditório MIS, de 18 a 22 de dezembro, em parceria com a Fundação Japão. Parte de sua vasta filmografia produzida entre as décadas de 30 e 60 compõe a programação, que é gratuita e aberta ao público.

A Mostra inclui algumas de suas principais obras, como “Filho Único”, de 1936, seu primeiro trabalho sonoro e o penúltimo produzido por Ozu antes de servir ao exército na Segunda Guerra Mundial. Narra a dura vida de uma mãe solteira na criação de seu único filho, em meio a uma economia de guerra e o fortalecimento do exército do imperador. Também destaque na programação, “Era uma vez em Tóquio” (1953) revela a ida de um casal do interior à capital, para uma visita aos filhos.

E assim são os filmes de Yasujiro Ozu, variações sobre os cotidianos de diferentes protagonistas, que por meio de pequenos gestos e emoções contidas, levam o espectador a uma grande reflexão. Do sofrimento silencioso das relações entre pais e fihos, Ozu leva ao público a arte oriental fundada em conceitos tradicionais.

Interessados em conhecer, ou relembrar, o universo tão particular e grandioso de Yasujiro Ozu devem comparecer ao MIS para retirar os ingressos, gratuitamente, uma hora antes do início das sessões.

Um pouco mais de Ozu

Já no final dos anos 20, Yasujiro Ozu iniciou no cinema ainda mudo. Espada da penitência, de 1927, foi o primeiro de uma longa série interrompida durante a Segunda Guerra Mundial. “Eu só vou dar uma olhadinha na guerra”, escreveu em um cartão a um amigo. Neste período, ”O irmão da família toda” foi premiado como melhor filme na votação anual de Kinema Jumpo, consagrando-o.

Com o fim da guerra, Ozu não apenas retornou ao Japão, mas também viu confirmada a estabilidade de sua posição na indústria cinematográfica. Recebeu, daí por diante, uma série de prêmios, incluindo os do Ministério da Educação, do Imperador e, por três anos consecutivos, agraciado pela Sociedade Nacional dos Artistas. Em 1959, foi o primeiro diretor eleito para a Academia Nacional de Arte. Seu último filme, “A Rotina tem seu encanto”, veio em 1962, um ano antes de sua morte.

Embora inicialmente sua obra tenha sido considerada ‘muito oriental’ para exportação, pouco a pouco o olhar da crítica e público se abriu, até ser finalmente consagrado mundialmente. Hoje, seu nome é frequentemente citado junto aos melhores diretores de todos os tempos.

Recentemente, esteve nos três principais festivais de cinema mundiais. O Festival de Berlim foi aberto com a versão restaurada de “Era uma vez em Tóquio”, enquanto que outros dois clássicos, “O Gosto do Saquê” e “Flor de Equinócio”, foram exibidos, respectivamente, nos festivais de Cannes e de Veneza.

Confira a programação completa:

Dia 18 de dezembro (quarta-feira)

16h - Fim de Verão (Kohayagawa-Ke no Aki, 103min, 1961, cor, Japão)
18h30 - Filho Único (Hitori Musuko, 87min, 1936, PB, Japão)
20h30 - Era uma vez em Tóquio (Tokyo Monogatari, 136min, 1953, PB, Japão)

Dia 19 de dezembro (quinta-feira)

16h - A Rotina tem seu Encanto (Uma tarde de Outono) (Samma no Aji, 112min, 1962, PB, Japão)
18h30 - Pai e Filha (Banshun, 108min, 1949, PB, Japão)
20h30 - Fim de Verão (Kohayagawa-Ke no Aki, 103min, 1961, cor, Japão)

Dia 20 de dezembro (sexta-feira)

16h - Filho Único (Hitori Musuko, 87min, 1936, PB, Japão)
18h30 - Pai e Filha (Banshun, 108min, 1949, PB, Japão)
20h30 - A Rotina tem seu Encanto (Uma tarde de Outono) (Samma no Aji, 112 min, 1962, PB, Japão)

Dia 21 de dezembro (sábado)

15h - Pai e Filha (Banshun, 108 min, ficção, 1949, PB, Japão)
17h - A Rotina tem seu Encanto (Uma tarde de Outono) (Samma no Aji, 112 min, 1962, PB, Japão)
19h - Era uma vez em Tóquio (Tokyo Monogatari, 136 min, 1953, PB, Japão)
21h30 - Filho Único (Hitori Musuko, 87 min, 1936, PB, Japão)

Dia 22 de dezembro (domingo)

15h - Era uma vez em Tóquio (Tokyo Monogatari, 136 min, 1953, PB, Japão)
17h30 - Filho Único (Hitori Musuko, 87 min, 1936, PB, Japão)
19h- Pai e Filha (Banshun, 108 min, 1949, PB, Japão)
21h - Fim de Verão (Kohayagawa-Ke no Aki, 103min, 1961, cor, Japão)

Serviço
Mostra “50 anos sem Ozu”
Data: 18 a 22 de dezembro de 2013
Local: Auditório MIS (172 lugares)
Endereço: Avenida Europa, nº 158 – Jardim Europa, São Paulo/SP
Ingressos: gratuitos (sujeitos à lotação da sala – retirada com uma hora de antecedência na Recepção MIS)
Classificação: livre

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