Sustentabilidade

Publicado: Terça-feira, 27 de maio de 2014

27 de maio: Dia Nacional da Mata Atlântica

Como está a preservação deste "pulmão do Brasil"?

Crédito: Divulgação/SOS Mata Atlântica 27 de maio: Dia Nacional da Mata Atlântica
Estudantes participam de atividade de educação ambiental no Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica - Brasil Kirin, em Itu

No dia 27 de Maio celebramos o Dia Nacional da Mata Atlântica. Aproveitamos a data para lembrar que Itu e região respiram o ar dessa mata, dotada de uma biodiversidade de encher os olhos de qualquer pessoa, biólogo, ambientalista, criança, brasileiro ou turista estrangeiro. Afinal, quem consegue passear pela Estrada Parque e não se encantar com a variedade de fauna e flora que ela nos oferta? A nossa Mata Atlântica é de fato um importantíssimo pulmão para o Brasil, mas como será que anda sua preservação? Convidamos nesta data à uma reflexão sobre o cenário atual desta nossa riqueza, que há cada dia gera lutas para que se mantenha em pé e viva.

Nesta luta, o trabalho da Fundação SOS Mata Atlântica é fundamental. Entre as suas missões está a de promover a educação e o conhecimento sobre esta Mata. Para isso, a Ong desenvolve diversos projetos como o "Aprendendo com a Mata Atlântica”, organizado em parceria com a Brasil Kirin. O projeto é desenvolvido no Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica, localizado no km 118 da rodovia Marechal Rondon, em Itu.

A Mata Atlântica em números

A Mata Atlântica abrangia uma área equivalente a 1.315.460 km2 e estendia-se originalmente ao longo de 17 Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí).

Hoje, restam 8,5 % de remanescentes florestais acima de 100 hectares do que existia originalmente. Somados todos os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares, temos atualmente 12,5%. É um Hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta e também decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988. A composição original da Mata Atlântica é um mosaico de vegetações definidas como florestas ombrófilas densa, aberta e mista; florestas estacionais decidual e semidecidual; campos de altitude, mangues e restingas.

Vivem na Mata Atlântica atualmente mais de 62% da população brasileira, ou seja, com base no Censo Populacional 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 118 milhões de habitantes em 3.284 municípios, que correspondem a 59% dos existentes no Brasil. Destes, 2.481 municípios possuem a totalidade dos seus territórios no bioma e mais 803 municípios estão parcialmente inclusos, conforme dados extraídos da malha municipal do IBGE (2010).

Projeto de Lei da Mata Atlântica, que regulamenta o uso e a exploração de seus remanescentes florestais e recursos naturais, tramitou por 14 anos no Congresso Nacional e foi finalmente sancionado pelo presidente Lula em dezembro de 2006.

O Brasil já tem mais de 700 RPPNs reconhecidas, sendo que mais de 600 delas estão na Mata Atlântica. Das 633 espécies de animais ameaçadas de extinção no Brasil, 383 ocorrem na Mata Atlântica. Os bichos que vivem na Mata Atlântica veem seu habitat diminuir a cada dia, ameaçado pelas diversas pressões que a floresta sofre. Leia mais!

Vivem na Mata Atlântica:
• Mais de 20 mil espécies de plantas, sendo 8 mil endêmicas;
• 270 espécies conhecidas de mamíferos;
• 992 espécies de pássaros;
• 197 répteis;
• 372 anfíbios;
• 350 peixes.

Benefícios:
• Sete das nove bacias hidrográficas brasileiras;
• Regulagem do fluxo de mananciais hídricos;
• Controle do clima;
• Fonte de alimentos e plantas medicinais;
• Lazer, ecoturismo, geração de renda e qualidade de vida.

Pressão:

• Habitada por 112 milhões de habitantes em 3.222 municípios, equivalente a 61% da população brasileira;
• Extração de pau-brasil, ciclos econômicos de cana-de-açúcar, café e ouro;
• Agricultura e agropecuária;
• Exploração predatória de madeira e espécies vegetais;
• Industrialização, expansão urbana desordenada;
• Poluição.

Um estudo ainda mostrou em 2013 que, cada árvore da Mata Atlântica absorve 163,14 kg de gás carbônico (CO2) equivalente ao longo de seus primeiros 20 anos. O gás carbônico em excesso no ar é prejudicial, sendo uma das substâncias responsáveis por mudanças no clima. Leia mais!

Bate-papo online

Nesta quarta-feira, 28 de maio, a partir das 15 horas, a SOS Mata Atlântica vai realizar um bate-papo online sobre os novos dados do desmatamento da Mata Atlântica.

Nesta semana, a Fundação e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgam os resultados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. Através do Hangout on Air, ferramenta de transmissão ao vivo do Google, será realizado um papo online para apresentar os principais destaques desta edição do Atlas e debater sobre a atual situação desta floresta.

Participarão da ação: Marcia Hirota, Diretora Executiva e Gestora do Conhecimento da SOS Mata Atlântica; Mario Mantovani, Diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica; e Flavio Ponzoni, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A moderadora será Afra Balazina, diretora de Comunicação da SOS Mata Atlântica.

Você pode assistir o bate-papo ao vivo através deste link: http://bit.ly/hangoutatlas

Participe enviando suas perguntas no Twitter com a hashtag #sosatlas!

Fundação SOS Mata Atlântica - Uma causa urgente

Criada em 1986, a Fundação SOS Mata Atlântica é uma organização não-governamental que atua na conservação da floresta mais ameaçada

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