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Publicado: Quarta-feira, 3 de junho de 2015

Em Itu, Seleção Feminina faz últimos ajustes para a Copa do Mundo

Meninas do Brasil viajam para o Canadá nesta quinta-feira.

Crédito: André Roedel/Itu.com.br Em Itu, Seleção Feminina faz últimos ajustes para a Copa do Mundo
Meninas treinam intensamente para poderem chegar bem na Copa do Mundo

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Por André Roedel

A Seleção Brasileira Feminina faz em Itu os últimos ajustes para a Copa do Mundo da FIFA 2015, que ocorre no Canadá. Sob comando técnico de Oswaldo Alvarez, o Vadão, as meninas do Brasil tentarão o título inédito na competição. O melhor resultado da equipe verde e amarela no Mundial foi o vice-campeonato em 2007, quando foi derrotada pela Alemanha na grande decisão.

O Brasil está no grupo E da competição, ao lado de Espanha, Costa Rica e Coreia do Sul – duas seleções estreantes e outra que disputou apenas uma edição, respectivamente. Sinônimo de facilidade? “Eu acredito que não, porque Copa do Mundo nunca é fácil”, disse a craque Marta em entrevista ao Itu.com.br. “Futebol tem que ser jogado. São equipes que não chegaram ao Mundial por acaso”, completou.

Mas talvez a principal adversidade que as meninas enfrentarão na primeira fase é a falta de informações das demais equipes, principalmente da Costa Rica. “A gente não tem tanto acesso às informações, à forma de jogar”, disse Marta. “Como estudar uma coisa desconhecida? Não tem condições”, explicou a camisa 10 da Seleção Brasileira.

Cristiane, outra jogadora experiente desta equipe, também não espera facilidade na primeira fase. “Eu acredito que vai ser bem complicado. Não significa que pelas outras seleções não terem tanta tradição assim que não vão dar trabalho. Se elas conseguiram vaga é porque são equipes boas”, disse a atacante, que em 2012 tornou-se a maior artilheira da história dos Jogos Olímpicos.

Choque de gerações

A atual Seleção Brasileira Feminina possui jogadoras de diferentes idades. Algumas das mais novas jamais vestiram a amarelinha em competições oficiais e já vão estrear em um Mundial. Mas a equipe também conta com atletas mais experientes, como a própria Marta, Cristiane, Maurine e Formiga, que participaram das principais conquistas nos últimos anos. Para a craque do time, esse “choque de gerações” tem sido bacana.

“A gente percebe que elas têm uma admiração pelas meninas mais velhas”, comentou Marta. “Tem meninas de 20, 21 anos que vão disputar a primeira Copa do Mundo, então a gente, de certa forma, tem essa responsabilidade de estar passando pra elas algo bem positivo, estar motivando e mostrar que, por mais que elas sejam novas, a idade não é o que importa, e sim a qualidade”, concluiu a melhor jogadora do mundo em cinco oportunidades.

A atacante Cristiane também acredita que as jogadoras mais antigas do grupo têm obrigação de passar essa experiência para as meninas mais novas. “É a primeira Copa do Mundo da maioria, então acho que a gente tem obrigação de passar um pouco pra elas o que significa disputar uma Copa do Mundo, a importância que é pra modalidade e ter um objetivo só que é ser campeã”, finalizou.

Popularização da modalidade

Apesar do panorama do futebol feminino hoje ser bem melhor que há dez anos, a modalidade ainda enfrenta sérios problemas de estrutura e divulgação. Mas algumas ações, como a inclusão de seleções femininas no jogo FIFA 16, da Eletronic Arts, e o lançamento de um álbum de figurinhas da Copa do Mundo 2015 pela Panini, têm contribuído para a sua popularização.

“É um passo”, disse Marta. “O que a gente procura é a divulgação da modalidade, para que futuramente a gente possa realmente viver do futebol sem nenhuma preocupação, como acontece com o masculino”, explicou a jogadora, em crítica às diferenças salariais entre as modalidades.

Favoritismo?

Questionada se o Brasil é favorito ao título da Copa do Mundo, Marta é enfática: “não”. Para ela, a Seleção Brasileira, por estar em sétimo lugar no ranking da FIFA, precisa adquirir o favoritismo durante o Mundial. “Espero que a gente possa adquirir esse favoritismo a cada partida, a cada fase na competição, e ir até a final. Mas na minha opinião os favoritos são os que estão na ponta do ranking”, disse.

A opinião é compartilhada por Cristiane, que também vê outras seleções como favoritas. “Eu incluo aí EUA, Suécia, Alemanha, Japão e França. Acho que essas equipes são fortíssimas e tem outras também que podem surpreender”, contou. Por ter mais times neste Mundial (24, contra 16 da edição anterior), a chance de aparecer uma surpresa é maior, acredita a atacante. “Com certeza, tudo pode acontecer”, afirmou.

Concentração em Itu

Escolhida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a concentração da Seleção, a cidade de Itu deu o que a equipe precisava: tranquilidade para a preparação. “O nosso foco era a preparação. A gente melhorou em muita coisa, termo físico, técnico e tático, pra procurar realmente chegar bem para a estreia na Copa do Mundo”, comentou a atacante Cristiane.

Já para Fábio Guerreiro, a concentração em Itu foi um retorno. Campeão paulista com o Ituano em 2014, o atual preparador físico da Seleção Feminina pôde rever os amigos do Galo de Itu nas poucas folgas que teve. “É uma satisfação voltar para a cidade de Itu, onde eu fiquei três anos e conquistei esse título inédito”, afirmou o profissional, que está adorando a experiência adquirida neste trabalho.

Ainda acostumando com o cotidiano do futebol feminino, Guerreiro diz que a rotina de treinos não difere muito da masculina. Basta controlar a intensidade e volume. As principais diferenças são mesmo fora de campo, no ambiente. “Mas com o tempo a gente conseguiu conviver com elas e está sendo muito prazeroso”, explicou.

Fantasma do 7 a 1

Apesar de ter sido no masculino, o “fantasma do 7 a 1” persegue o futebol brasileiro. Mas as jogadoras não acreditam em uma possível cobrança por resultado na Copa do Mundo feminina por conta disso. “É totalmente diferente, não dá pra comparar. Existir (o fantasma) vai existir pro resto da vida. Se você jogar bolinha de gude contra a Alemanha vai ser sempre assim. Não adianta, ficou marcado isso infelizmente de uma forma negativa, mas isso não influencia pro nosso lado”, explicou Cristiane.

Cronograma do Mundial

A delegação brasileira viaja nesta quinta-feira, dia 4 de junho, para Montreal, onde fará as duas primeiras partidas da fase de grupos. O Brasil estreia contra a Coreia d

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