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Publicado: Quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dia Mundial do Rock: quando a música ultrapassa um estilo de som

Gênero musical mais amado do planeta completa mais um ano.

Dia Mundial do Rock: quando a música ultrapassa um estilo de som
Radiohead: guitarras sujas, experimentalismo musical e inovações tecnológicas fizeram o grupo inglês, liderado por Thom Yorke, tornar-se um dos principais expoentes do rock atual

Por Renan Pereira

Ao contrário do que muitos entusiastas andaram dizendo após a queda de gigantes da música mais amada do planeta, como The Beatles e Nirvana, o rock não morreu. Teve os seus momentos de crise, é verdade, mas chegou ao século XXI são e salvo, principalmente após o boom de bandas independentes, ocasionado possivelmente pela guinada tecnológica que o mundo sofreu nos últimos anos.

A popularização da Internet - em meados dos anos 90 (com ênfase nos anos 2000) – renovou o espírito de rebeldia do rock e trouxe uma nova possibilidade aos ouvintes da boa música, que – assim como os produtores de conteúdo - estavam reféns de empresas milionárias e "gravadoras exploradoras". Pode parecer estranho às novas gerações, mas antes dessa ferramenta se tornar economicamente viável à população, rádios e emissoras de TV eram os responsáveis por "fazer a cabeça" dos adolescentes e “ditar as regras” – pelo menos para parte deles.  

O espírito de independência que voltou a assolar o rock então, desde que a produção/exposição de conteúdo passou a ser acessível a todos, tem sido inspiração para os mais diversos grupos e ativistas culturais. Em Itu, por exemplo, o Coletivo Roda Torta – criado em maio de 2011 – trabalha para levar a música independente a diversos lugares da cidade por meio de shows itinerantes, que acontecem através de geradores, que funcionam à base de gasolina.

“A ideia de ser itinerante se escora no objetivo dos artistas de divulgar as próprias músicas, gerando assim fãs do trabalho autoral, das composições dos artistas, e não apenas do músico que executa canções em geral. Com isso, pretendemos levar ao público a oportunidade de trabalhos de bandas novas, talvez futuras revelações da música brasileira, que ainda estão na estrada”, conta Allan Roosch, músico e um dos idealizadores do projeto. “Queremos criar um intercâmbio entre bandas de Itu e região”, completa. 

Em Sorocaba, outro importante coletivo tem sido um dos principais responsáveis por difundir e impulsionar não somente a música, mas a arte independente, em toda a região. O trabalho do Rasgada Coletiva envolve produção artística, produção de eventos, promoção da reunião da classe artística e a criação de espaços de formação e debate, entre outras atividades. Tudo isso com a “finalidade de repensar a teia produtiva da arte, buscando uma lógica cooperativa e criativa, superando modelos tradicionais de mercado conhecidos pela competição e redundância estética”, diz o blog oficial do projeto.

Em comemoração ao Dia Mundial do Rock, Itu contará com a “Noite do Rock” - evento que integra a programação do Festival de Artes de Itu. Tendo como base grupos locais que produzem trabalhos autorais, o evento acontecerá na quinta-feira (14), a partir das 19h30, e terá dois pontos de apresentação: Praça do Carmo e Praça da Matriz. A programação rock na cidade será estendida ainda até o dia 24 de julho, com diversas ações do Coletivo Roda Torta, contando inclusive com bandas de outros municípios.

Na sexta-feira (15), o evento será realizado ao lado da Igreja Matriz, às 18 horas. Já no sábado, a partir das 16 horas, as bandas se apresentam no Beco da Paula Souza. Mais informações sobre o projeto podem ser adquiridas no blog do coletivo.

Rock 2.0

Talvez a banda inglesa de rock alternativo Radiohead tenha sido um dos principais exemplos de como o mundo on-line modificou profundamente o modo de nos relacionarmos com a música. Desde o lançamento do álbum virtual “In Rainbows”, em 2007 - uma espécie de leilão eletrônico onde cada comprador pagava o quanto achava justo pelo material -, dezenas de outros grupos adotaram medidas parecidas ou similares a essa.

Com a chegada de novas tecnologias, o modo de produção também sofre alterações a cada dia. O Gorillaz, projeto comandado pelo fundador do Blur, Damon Albarn, inovou ao gravar o primeiro álbum da história produzido por diversos aplicativos do iPad. O trabalho, intitulado The Fall, contou em poucos momentos com a ajuda de instrumentos musicais tradicionais e abriu as portas para centenas de outros projetos experimentais.

Dentro desse quadro de inovações podemos citar ainda a proximidade que os artistas têm hoje com seus fãs através do uso das mídias sociais. Se antes eram os jornalistas os grandes responsáveis pelos “furos”, hoje são as próprias bandas que divulgam em primeira-mão novidades como datas de shows e produção de discos. Além do uso de ferramentas como o Twitter, Facebook, Youtube e MySpace, há ainda espaço para alternativas mais ousadas.

Quer um exemplo? Recentemente os mineiros do Skank anunciaram uma forma diferente de produção de clipe e até ganharam um troféu Leão de Ouro no Festival de Publicidade de Cannes, na França. O projeto "SkankPlay" abriu espaço para fãs da banda tocarem e cantarem as músicas do grupo, ganhando destaque no clipe "De Repente". No espaço, disponibilizado através de um hot-site, os fãs do conjunto podiam tocar virtualmente com o Skank e ainda criar, sem compromisso com estética, novos videoclipes. O resultado do primeiro trabalho você confere no vídeo abaixo.


   
Dia Mundial do Rock

No dia 13 de julho de 1985, o cantor e compositor irlandês Bob Geldof organizou a primeira edição do Live Aid – um show que aconteceu simultaneamente em Londres (Inglaterra) e Filadélfia (EUA). A finalidade do evento era diminuir o grave problema da fome na Etiópia e contou com a presença de importantes figuras do rock, como The Who, Queen, David Bowie, Paul McCartney, U2, Black Sabbath e Eric Clapton.  

O evento de caráter filantrópico foi transmitido ao vivo pela BBC para diversos países e foi considerado um dos principais fatores para um olhar mais atento aos recorrentes problemas no continente africano. Em 2005, Geldof organizou o Live 8 – uma extensão do consagrado Live Aid. O festival contou com uma
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