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Publicado: Sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Atrasem seus relógios: o horário de verão termina hoje

O ajuste deverá ser feito às 0 horas do dia 19 de fevereiro.

No dia 19 de fevereiro (sábado), termina mais uma edição do Horário de Verão, às 0 horas, e os brasileiros deverão atrasar seus relógios em uma hora.

Adotado desde 1985 sem interrupções, o Horário de Verão já está incorporado à cultura das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e alguns estados do Nordeste.

Para que serve o horário de verão?

O horário de verão tem como objetivo a economia de energia e só funciona nas regiões mais distantes da linha do equador, pois há uma diferença na duração dos dias. Eles ficam mais longos, enquanto as noites tornam-se mais curtas. Por isso, adiantando os relógios em uma hora, as pessoas aproveitam mais a iluminação natural, o que dispensa a utilização da luz elétrica. De fato, é uma medida tão eficiente que vários países do mundo costumam adotar o horário de verão.

De acordo com o diretor de Operações da CPFL Energia, Antonio Carlos Cyrino, a aplicação do horário de verão contribui para diminuir os riscos de uma sobrecarga de consumo em horários de intensa utilização de eletricidade no país. “Esse horário, chamado de pico de consumo, estende-se normalmente das 18 às 21 horas. Nesse período, são acionadas as lâmpadas da Iluminação Pública de milhares de municípios e coincide também com o período de maior uso do chuveiro elétrico nas residências, e outros equipamentos eletrodomésticos”, explica o especialista.

Por outro lado, ele também alerta que, apesar de muitas pessoas acharem que há risco de faltar energia para consumo, este pensamento não procede. “O que ocorre nesse período específico é uma utilização acima da média que força o sistema a trabalhar mais intensamente para atender o mercado consumidor. Forma-se uma curva que representa o horário de pico de consumo no país, colocando o setor elétrico em alerta, porque a demanda chega muito próxima à oferta de energia. Reduzir essa curva é uma das alternativas mais bem-sucedidas para evitar esse risco. Com o horário de verão, há um deslocamento nos horários de consumo, pela mudança de hábitos na população e pela entrada tardia da Iluminação pública no sistema. Em vez de acionar os eletrodomésticos em casa, uma parcela substancial da população opta pelo lazer ao ar livre, porque a iluminação natural perdura por mais uma hora”, explica.

História do Horário de Verão

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, não existe um consenso sobre a criação do Horário de Verão. Alguns estudos afirmam que ele foi criado por Benjamin Franklin, em 1784, nos Estados Unidos. Ele percebeu que durante alguns meses o sol nascia antes das pessoas se levantarem. Então, se os relógios fossem adiantados em uma hora, a luz do dia poderia ser melhor aproveitada e ainda, haveria economia de velas (já que naquela época não tinha energia elétrica). Na época, ninguém se interessou pela ideia.

Em 1907, um construtor chamado William Willett, membro da Sociedade Astronômica Real, resolveu fazer uma campanha na Inglaterra para implantar o Horário de Verão, mas também não teve sucesso. Somente em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, a medida foi adotada pela primeira vez, na Alemanha, com o objetivo de economizar energia por causa do estado de guerra.

No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931. A medida foi reeditada por mais dois anos, ficando sem utilização até o ano de 1949. A partir daí, mais quatro edições foram lançadas. Na década de 60, a medida vigorou por cinco anos subsequentes – de 1963 a 1968. Mas a sociedade brasileira só passou a conviver rotineiramente com o horário de verão a partir de 1985. Com a 37ª edição deste ano, o Brasil registra a 26ª aplicação consecutiva da medida.

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