7 de setembro - Independência do Brasil
No dia 7 de setembro, comemora-se a Independência do Brasil. No ano de 1822, Dom Pedro proclamou, às margens do Rio Ipiranga, o fim de 300 anos de domínio colonial. Mas para que este fato histórico acontecesse, muitos conflitos se agravaram entre Brasil e Portugal. Saiba Mais.
Murilo Gagliardi
“Independência ou Morte!”. No dia 7 de setembro de 1822, o príncipe regente Dom Pedro retornava de uma viagem a Santos, cidade no litoral da província de São Paulo. No meio do caminho, encontrou um mensageiro que lhe levava duas cartas: a primeira exigia seu retorno imediato a Portugal, a segunda, dava-lhe duas opções: a obediência a Portugal ou a separação total da metrópole. Sem dúvidas, e apoiado pela elite brasileira, Dom Pedro proclamou a Independência do Brasil.
Embora o país tenha começado a romper os grilhões coloniais no instante em que D.João VI abriu os portos "às nações amigas", em janeiro de 1808, os fatos que antecederam a independência do Brasil estão diretamente ligados à Revolução Liberal do Porto, que eclodiu em agosto de 1820.
Portugal era então governado pelo marechal inglês Beresford, que expulsara os franceses do país. Indignados com a situação - e com o fato de custearem a permanência de D.João VI no Brasil - os revoltosos se aproveitaram da ida de Beresford ao Rio para deflagrar o movimento. Além de forçar D.João VI a retornar a Portugal, a junta provisória que assumiu o controle do país decidiu convocar as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, e foi graças à intransigência das Cortes que os fatos se precipitaram, não deixando aos brasileiros outra opção que não a luta pela independência.
Pelas novas regras do jogo, o Brasil, que ocupava uma posição de supremacia no império português, perdia os privilégios e se submeteria ao governo da metrópole. Na verdade, o propósito básico das Cortes era "recolonizar" o Brasil. Em vez de possuir um governo central, o Brasil seria dividido em províncias autônomas, cujos governadores (militares) seriam nomeados pelas próprias Cortes. Além disso, as Cortes exigiam o retorno do príncipe regente a Lisboa já que achavam que a presença de D. Pedro no Rio passava a ser figurativa.
Em janeiro de 1822, o príncipe recebeu uma petição escrita por José Bonifácio e assinada por toda a junta provincial de São Paulo. Este documento aclamava que o príncipe desafiasse as Cortes e permanecesse no Brasil. O texto, comovente, emocionou D.Pedro e mudou o rumo da história do Brasil. Chegava-se ao fim de mais de trezentos anos de domínio colonial. Ele é aclamado imperador em outubro daquele ano e coroado, dois meses depois, pelo bispo do Rio de Janeiro, com o título de dom Pedro I, imperador do Brasil.
Neste processo de independência, a elite política ituana teve um papel importante. Mas é mais evidente logo depois, em 1823, quando houve uma movimentação em torno da figura do imperador. A Câmara ituana ficou do lado dele, contrariando os seus opositores. Recebeu, como recompensa, o título de Fidelíssima.
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra. Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre sequer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.