Acervo histórico é doado ao arquivo do Museu Republicano
"Fundo Helena e Verico Pinheiro" é o nome do documento.
Renan Pereira
O arquivo do Museu Republicano acaba de receber um importante e significativo acervo de documentos. Trata-se do “Fundo Helena e Verico Pinheiro” (FHVP), composto de documentos textuais, livros e fotografias que registram a trajetória de uma família paulista de São José do Rio Pardo. Eles eram descendentes de fazendeiros de café e ainda guardam estreita relação com Itu, cidade em que Helena Oliveira Machado estudou.
O documento é composto por 17 cadernos escolares e quatro cadernos de desenho da época em que Helena Machado foi interna no colégio do Patrocínio. A escola foi um marco na existência das irmãs Machado. O arquivo expõe lembranças e amizades que permaneceram por toda a vida na família, além das recordações da Madre Theodora Voiron, escalada por Helena para garantir bons partidos para as suas netas.
Integra-se ao FHVP ainda um livreto, que foi distribuído às alunas com o “Programa de Distribuição de Prêmios Escolares”, de 1913, detalhando todo o evento de encerramento do ano letivo que reunia alunas e familiares. Outro destaque entre os documentos pessoais é o livro “Homenagem a Madre Theodora Voiron – Itu 1859/1919”, uma reunião de dados e depoimentos sobre o colégio do Patrocínio.
Verico Pinheiro estudou em São Paulo nos colégios Diocesano e Anglo Brasileiro. O Museu recebeu alguns livros escolares e uma coleção de cartas enviadas a ele por seus familiares, ilustrada por algumas fotos dos missivistas. “Muito interessantes são os timbres dos papeis utilizados; além, é claro, do conteúdo das cartas onde encontramos o ‘seco’ pedido de casamento feito por seu pai ao pai de sua amada Helena”, destaca Vera Helena Bressan Zveilbil, neta de Helena Oliveira Machado e doadora da documentação.
Também integram o FHVP um manual de dança e “A Cornucópia de Salões”, documentos adquiridos na época em que Verico seguia um curso preparatório em Campinas para ingressar na escola Luiz de Queiroz, em Piracicaba. Ao mesmo tempo, ele se empenhava em um curso preparatório para impressionar o sexo oposto. “O passaporte que Verico utilizou para visitar a Argentina, Uruguai e Paraguai, chama a atenção pelo tamanho. Além da agricultura que ele praticou a vida inteira existem alguns livros de sua biblioteca e uma reportagem de jornal sobre a variedade de café (híbrido rosa branca) desenvolvida por ele” explica Vera.
História da documentação
Segundo Vera, Helena e seu marido, Oliveiros Verico Dias Pinheiro, nasceram em São José do Rio Pardo, em 1901 e 1898 – respectivamente. Casaram-se na mesma cidade em 1921 e faleceram em São Paulo no ano de 1976 e 1969. Filhos e netos de fazendeiros de café, o casal residiu em São José do Rio Pardo e depois na Fazenda Rosa Branca, no município de Caconde, mantendo também uma casa na capital paulista e um apartamento em Santos.
De suas vivências familiares e profissionais, durou até os dias de hoje uma coleção de objetos e documentos que foram guardados por seu genro (Alberto Hermann Bressan) que, antes de falecer, os repassou a Vera Zveibil, que resolveu doá-la ao arquivo do Museu Republicano.