Cotidiano

Publicado: Quarta-feira, 6 de março de 2019

Canadá e América do Sul defendem solução pacífica na Venezuela

Canadá e América do Sul defendem solução pacífica na Venezuela
Estados Unidos cogitam a possibilidade de um conflito armado contra Venezuela

Fonte: Pixabay

Por Daniel Rodrigues,


A crise sócio-econômica e política da Venezuela, que vem se arrastando há anos, pode chegar a uma guerra civil caso não seja realizado um novo acordo de paz entre os países. Os Estados Unidos e Rússia já cogitam uma iminente intervenção militar na Venezuela. No entanto, Canadá, Brasil, e demais países da América do Sul afirmam não querer utilizar a força contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

Durante o último encontro do Grupo de Lima, formado por representantes internacionais de 12 países (Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela), foi totalmente descartada a possibilidade de uma intervenção militar, e rejeitaram qualquer interferência externa na Venezuela. O grupo, criado em 2017, justamente para resolver pacificamente a crise político-econômica da Venezuela, ainda defende uma solução democrática.

Segundo BBC Brasil, essa seria uma ótima oportunidade para o Brasil liderar as negociações de paz com a Venezuela, no lugar dos Estados Unidos, já que o Brasil é o país de maior representatividade do continente Sul Americano. Mas, certamente não será uma tarefa fácil, já que Maduro deve buscar algum tipo de anistia para que possa deixar o poder com segurança.

O agravamento das relacões internacionais ocorreu principalmente após Maduro negar o auxílio humanitário dos Estados Unidos, Brasil e outros países, bloqueando a entrada de qualquer veículo transportando suprimentos para ajudar a população venezuelana. Tropas do exército venezuelano foram enviadas às fronteiras, e não pouparam o uso de gás lacrimogênio e armas de fogo para impedirem a ajuda. Segundo Maduro, essa ‘ajuda’ trata-se de uma estratégia dos Estados Unidos para derrubá-lo do poder, e se apossar das usinas de petróleo na Venezuela.

No entanto, segundo a revista Isto É Dinheiro, os parlamentares da Assembléia Nacional (AN) da Venezuela são a favor de um acordo de paz internacional para restabelecer a ajuda humanitária e a democracia aos venezuelanos.


90% da população da Venezuela vivem na pobreza e protestam por melhorias
Fonte: Pixabay


A crise econômica não só tem afetado os venezuelanos, sendo hoje 90% da população vivendo na pobreza, como também seus países vizinhos, Brasil, Peru, Colômbia, que têm recebido um intenso fluxo migratório, gerando tumultos e protestos relacionados à falta de emprego, saúde e moradia, causados principalmente pela falta de estrutura desses países em receber uma grande quantidade de imigrantes em um curto espaço de tempo.


A caminho de uma guerra civil?

O alto custo econômico causado por um conflito armado, além do elevado número de perda de vidas, devem ser analisados com cautela antes de se declarar uma guerra civil, de acordo com analistas financeiros.

O último conflito armado envolvendo o Brasil foi a Guerra do Paraguai (de 1864 a 1870) quando o Brasil, a Argentina e o Uruguai se uniram formando a ‘Tríplice Aliança” contra o Paraguai. Durante os seis anos de guerra, mais de dois terços da populaçao paraguaia masculina foi eliminada.

Desde então, o Brasil tem se posicionado diplomaticamente, evitando conflitos armados, seguindo o Artigo 4º da Constituição Federal de 1988, que determina a a não-intervenção, a cooperação internacional e solução pacífica de conflitos entre os países.

No entanto, a situação sócio-econômica e política na Venezuela é alarmante. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) ou Itamaraty oferece apoio aos brasileiros que queiram deixar a Venezuela. Estima-se que existam hoje 13 mil brasileiros morando na Venezuela, sendo 9 mil na capital de Caracas. 

Comentários