Bem estar

Publicado: Quarta-feira, 21 de março de 2012

Sonhando acordado: a importância de dormir bem

Celebre o Dia Nacional do Sono com uma noite bem dormida!

Sonhando acordado: a importância de dormir bem
O colchão e o travesseiro são duas peças importantes para uma boa noite de sono
Por Camila Bertolazzi 
 
Para muitos, o ato de dormir é sinônimo de preocupação. Basta escurecer para que o fantasma do sono comece a circundar. Segundo uma pesquisa realizada recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% da população mundial apresenta algum dos mais de 80 distúrbios e síndromes do sono listados pela Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono (CIDS). Esses dados são ainda mais alarmantes no Brasil. Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira do Sono, com aproximadamente 43 mil pessoas nas principais capitais do país, mostra que 53,9% delas sofrem de algum tipo de insônia, e 43% permanecem cansados no decorrer do dia. 
 
É o caso da dona de casa Gislaine Rodrigues que tem dificuldades para dormir há mais de seis meses. “Durante a noite eu deito na cama e o sono não vem. Então eu ligo a TV e fico até umas quatro horas da manhã acordada”, conta. Mesmo sem ser diagnosticada, Gislaine culpa a correria do dia-a-dia e se automedica todas as noites. “Tomo um calmante toda noite antes de dormir para ficar mais tranquila”.

Para celebrar o Dia Nacional do Sono (21 de março), preparamos uma reportagem especial para esclarecer os principais distúrbios do sono e com algumas dicas importantes para uma boa e relaxantes noite.
 
Insônia

As doenças do sono são muitas, e se não tratadas podem produzir uma queda na qualidade de vida e se tornar uma porta de entrada para enfermidades mais graves, como diabetes e problemas no coração. A mais popular é a insônia, que basicamente é um excesso de vigília, que torna o portador incapaz de adormecer ou de manter o sono. Causada por diferentes razões, o distúrbio pode atingir indivíduos que passam por dificuldades ocasionais, como sequestro e assalto, ou ser consequência de doenças psicofisiológicas mais graves, como a depressão e a ansiedade. 
 
Outra classificação muito comum para insônia é relacionada à duração desse problema. Ela pode ser diagnosticada como transitória, que dura poucas noites, e geralmente é ocasionada por tensão, estresse, expectativa ou excitação; insônia de curta duração e de longa duração, consequência de estresse mais grave, depressão e constantes preocupações com a própria saúde ou de familiares, luto, entre outras perdas e problemas comportamentais e financeiros. 
 
Segundo a Doutora Dalva Poyares, especialista na área cardiológica do Instituto do Sono de São Paulo, existem cerca de 50 causas de insônia conhecidas. “As [causas] mais comuns são resultados de respostas inadequadas ao stress, depressão, ansiedade e doenças clinicas em geral, como pulmonar, cardíaca e dor crônica”, explica. 
 
Os tratamentos para esse problema também são bastante variados, e sempre levam em conta a individualidade de cada um. “Às vezes uma pessoa que apenas não consegue dormir pode estar com problemas mais graves que aquela que acorda no meio da noite e não dorme mais”, esclarece a psicóloga Nurimar Soares de Almeida, especialista em transtornos em estresse pós-traumático. 
 
Se o tratamento psíquico não resolver ou amenizar os problemas, o paciente é indicado para um neurologista ou um psiquiatra, que trata a base de medicamentos seguros que não trazem dependência. “Em alguns casos, para aliviar a falta de repouso e ajudar a romper o ciclo de noites mal dormidas ou mesmo passadas em claro, é preciso da ajuda de certos medicamentos que devem ser prescritos por um médico”, afirma Cláudia Meirelles, médica e gestora de Saúde de Porto Feliz. Casos que exijam pesquisas são recorridos ao Instituto do Sono, em São Paulo. 
 
Privação do Sono

Ao contrário da insônia - na qual as pessoas têm tempo, mas não conseguem dormir - a privação do sono é uma condição imposta por cada um, que – por falta de tempo - acaba trocando noites de sono por horas de trabalho ou estudos. Apesar de ser uma opção, ela também tem consequências clínicas. Na fase crônica – quando é mantida por um longo período - causa alterações no metabolismo, podendo resultar em obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares. Pode haver também prejuízo na capacidade da realização de tarefas, sonolência e fadiga. Estudos do Instituto do Sono de São Paulo mostram que dormir menos de cinco horas por noite agrava o problema.  
 
Segundo a Doutora Dalva a diferença entre a insônia e a privação do sono é clara. O cérebro de alguém que sofre de insônia entende que deve ficar mais alerta e que não precisa dormir. Apesar disso, as poucas horas dormidas são suficientes para o corpo. Já a falta de sono por opção própria, não quer dizer que o corpo esteja preparado para dormir menos que o necessário. “É como você oferecer um copo de água para quem está sedento por isso e outro para quem não está com a mínima sede”, exemplifica. 
 
Apneia do Sono

Outro problema relacionado ao sono é a apneia, uma síndrome caracterizada pela obstrução parcial ou total do fluxo de ar através do nariz ou da boca por um período de pelo menos dez segundos. O número de episódios de apneia por hora de sono é chamado de índice de distúrbio respiratório. Pessoas com índices maiores que cinco são consideradas portadoras dessa doença. Cerca de 8,5 milhões de brasileiros, ou seja, 5% dos brasileiros sofrem de apneia. Esse número chega a 10% da população acima de 6
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