Governo Federal relança projeto visando a inclusão digital nas escolas

Crédito: Secretaria de Imprensa / Ricardo Stuckert

Por Leandro Sarubo

O Governo Lula pretende ficar marcado por algo além do escândalo do mensalão, que revelou o esquema de pagamento de mesadas para os parlamentares aprovarem as pautas de interesse do Planalto.

Desde o ano de 2005, diversos programas federais foram lançados com o intuito de incrementar o acesso dos brasileiros à web.

Na época, a proposta era o “Computador Para Todos”, que barateava em cerca de 10% o valor dos PCs, bem mais caros do que hoje, em que um gabinete com boa capacidade de processamento e armazenamento vale menos que mil reais. O prolongamento deste mesmo projeto veio no seguinte, com o “Laptop para todos”, que pretendia derrubar o preço dos aparelhos, na época estipulado em 3 mil reais, para um valor acessível aos brasileiros.

Os monstrengos, com detalhes na cor verde, chegaram a passear em terras brasileiras. O primeiro lote teria vindo justamente para o “Um computador por aluno”, que Lula lançou novamente em 2010, após uma fase experimental que só foi executada para valer em 2008.

Encorpado com a promessa governamental das escolas receberem, além das máquinas, banda larga e infraestrutura de rede sem fio, além da capacitação dos professores para uso do equipamento e utilização dessa tecnologia no processo pedagógico escolar, o programa, que desta vez parece mesmo sair da estaca zero, começará com a distribuição de 150 mil máquinas adquiridas pelo MEC – investimento de R$ 82 milhões.

O número, obviamente insuficiente, pode ser aumentado a medida que estados e municípios se interessam em implementar o projeto em suas redes. Cerca de R$ 650 milhões foram disponibilizados para empréstimo no BNDES, quantia que permite a compra de mais de 1 milhão de computadores.

Para Ofir Madureira, pedagoga e técnica em assuntos educacionais da UFSCar, a chegada efetiva da Internet e da informática ao ensino altera o currículo escolar, havendo portanto a necessidade de se avaliar os resultados da nova ferramenta antes de se elogiar mais este lançamento que curiosamente coincidiu com um ano de campanha.

“A Inclusão digital favorece as práticas pedagógicas escolares ao mesmo tempo em que altera a rotina do cotidiano escolar, pois apresenta uma nova possibilidade aos alunos que antes não tinham possibilidade de acesso à sala de aula convencional, às vezes por questões espaciais ou temporais. Através dos Ambientes Virtuais de Aprendizagens (AVAs) isso ficou possível. Além disso, é imprescindível perceber que com a união da tecnologia com os conteúdos curriculares é possível produzir inúmeras oportunidades de ensino e é necessário avaliar se estas possibilidades são significativas para o aluno, e se o auxilia na construção do seu próprio conhecimento.”, argumenta Ofir.

Inicialmente, o projeto será implantado somente na cidade de Caetés (PE). A medida que o ano e a campanha correr, saberemos para quais outras cidades os computadores e modens chegarão.