Cinema

Publicado: Segunda-feira, 15 de março de 2010

Lua Nova

E o placar é: Tanquinho 10 x História e Interpretação 0!

Lua Nova
O casal possui química semelhante a um vegetariano e um pedaço suculento de bife

Por Guilherme Martins

Quando fiz a crítica de Crepúsculo, fui ovacionado e exaltado por muitos fãs da série que me mandaram flores, lindos cartões e mensagens positivas de incentivo ao meu trabalho. A crítica foi recheada de comentários bondosos e animadores. Isso fez com que eu me sentisse motivado, e cheguei a uma conclusão (contrária aos pensamentos dos vampiros amáveis e inofensivos da série) de que essa veia chamada Crepúsculo seria uma boa opção de se sugar. Logo, veio uma continuação chamada Lua Nova, e o que os leitores verão agora é a crítica dessa “obra-prima” cinematográfica!

Dentre muitas coisas que podem alegar sobre Lua Nova, existe uma que não pode ser dita: que não é um filme inédito. Pois a verdade é que pela primeira vez na minha vida eu vi um filme de vampiros e lobisomens sem sangue, sem sustos, sem terror, sem história e sem, bem... sem vampiros ou lobisomens.

Aliás, pra não falar que não vi sangue, a única gota de sangue mostrada no filme é em uma cena que a protagonista se corta com um pedaço de papel (como é???). Detalhe: nenhum vampiro é responsável por tal ato, ela se corta sozinha, já que não se passa pela cabeça dos vampiros do filme fazerem “tamanha maldade” com um ser humano.

Como protagonistas, numa clara intenção de persistir no erro, trouxeram de volta o casal Kristen Stewart (como Bella Swam) e Robert Pattinson (como o inexpressivo vampiro Edward Cullen) que continuam tendo tanta química quanto um vegetariano deve ter com um pedaço suculento de bife.

É maçante ver as “caras e bocas” de Pattinson e é um desafio saber se ele está feliz, triste, choroso ou apaixonado, simplesmente porque a cara do rapaz é sempre a mesma. Tipo aquela face inexpressiva de quem ainda não entendeu uma piada, sabe? As cenas dos dois são tão bem interpretadas que eu não ficaria surpreso se em determinado momento substituíssem os atores por dois robôs programados para dizerem as falas do filme.

Em relação a história (que os fãs costumam enaltecer), fica claro a extrema falta de criatividade da autora Stephenie Meyer. A história é exatamente a mesma do primeiro filme: mocinha que gosta do mocinho e descobre que ele tem um segredo sombrio, então ele dá um chute na bunda da mocinha, mas luta e salva a vida dela no final. Porém, a diferença é que o personagem da vez é um lobisomem, e não mais o vampiro banhado a glitter.

E é aí que o filme tem um pequeno acerto, porque ainda que o ator Taylor Lautner (que interpreta Jacob Black) esteja muito abaixo de ser considerado um grande ator, ele pelo menos é uma enxurrada de expressão em comparação ao desagradável e pálido boneco de posto que é Pattinson.

E quando se diz lobisomem, entenda-se “grande cachorro feito por computador”, porque a criatura do filme pode ser chamada de tudo, menos de lobisomem. Mesmo por que, seria um verdadeiro estupro aos clássicos filmes referir-se aos adolescentes sarados que se transformam em chihuahuas de Lua Nova, como criaturas da lua cheia.

Resumindo, trata-se (como eu já disse antes) de um filme direcionado as garotinhas de treze anos (ou garotas com idade diferente, mas compatível), que sonham em ser a Bella e ter dois jovens sarados e acéfalos brigando pelo seu coração. Já quem prefere um filme de romance / terror cujo roteiro não pareça ser inspirado em Malhação, fuja dessa bomba!

Agora que terminei a tão esperada crítica, aguardo os louváveis comentários, mensagens de incentivo e presentes dos fãs da saga. Amo vocês...
 

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