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Publicado: Quinta-feira, 2 de abril de 2009

A Arte de Tatuar

Você já pensou em fazer tatuagem? Conheça os prós e contras!

Crédito: Arquivo Pessoal A Arte de Tatuar
Os namorados Anderson e Bruna tatuaram o símbolo do amor
Por Camila Bertolazzi
 
A arte de tatuar está na moda! Esculpir várias partes do corpo com os mais diferentes desenhos tornou-se um fenômeno estético. Entre as mulheres os preferidos são borboletas, estrelas e símbolos orientais. Já os homens preferem desenhos maiores, que cobrem braços, pernas e costas inteiras. “Sou apaixonado por tatuagem e resolvi fechar a perna com o fundo do mar. Agora estou fechando as costas com uma fênix, uma casa de sacrifício e um leão oriental”, conta o estudante Anderson Franceschinelli.
 
Apesar do modismo, lindas histórias justificam a escolha do desenho. Matheus de Souza tatuou no braço esquerdo a palavra Mãe e no direito, Pai, ambos escritos em Braile. “Escolhi a linguagem de cegos pelo verso do Pequeno Príncipe ‘O essencial é invisível aos olhos’”, conta. O bancário tem outras oito tatuagens e não pretende parar de retratar sua vida através delas. “A tatuagem se tornou símbolo de estética, as pessoas fazem para se sentir mais bonitas, para se evidenciar ou ser destaque. Nenhum desses motivos é o meu. Tenho as tatuagens como parte da minha história sendo contada por mim”, afirma.
 
Modismo ou não, a tatuagem tem seu preço. A pessoa se expõe a riscos de contaminação por bactérias que causam infecções e doenças como a hepatite, a Aids, a sífilis, entre outras. Isso acontece porque os procedimentos nem sempre são realizados em boas condições de higiene. Em muitos casos, agulhas são reutilizadas e, como há sangramento na região, até o dedo ou algodão utilizado para estancar o sangue podem transmitir doenças.

“Outro problema é uma substância chamada cloreto de cobalto que faz parte da composição das cores azul e vermelho, ela pode causar alergia e formar bolhas na região”, explica a dermatologista Daniela Angelieri. Para evitar essa reação, recomenda-se que antes de ser tatuada, a pessoa procure um infectologista para fazer um teste alérgico.
 
Escolher e desenhar no corpo uma tatuagem é coisa séria, do tipo que não vale fazer na curtição do momento. É preciso pensar muito bem para que ela combine com você e com seu estilo durante toda a vida. E ainda precisa ter disposição para cuidar dela e mantê-la sempre linda. Afinal, pode-se fazer uma tatuagem em cada esquina, o difícil é removê-la.

Camila Bertolazzi / www.itu.com.br
 
O primeiro passo é escolher um estúdio licenciado e seguro. “Para um tatuador consciente é obrigatório o uso da autoclave, o único aparelho que mata o vírus da hepatite”, afirma Herbert Matos, tatuador há 13 anos. Também é essencial o uso de material descartável, além de luvas e máscara. Os cuidados devem continuar depois de feita. “A tatuagem é uma porta aberta para o corpo, como um ralado, se você não cuidar prejudica”, compara a profissional Mônica Gomes dos Santos. Leia algumas dicas para o pós-tatuagem!
 
Mesmo fazendo parte da cultura do país, a tatuagem ainda sofre preconceito aos olhos da sociedade. “Infelizmente muitas pessoas ainda associam tatuagem à marginalidade”, afirma o bancário Matheus de Souza. A tatuadora Mônica Gomes dos Santos salienta que em Itu esse preconceito pode ser facilmente percebido. “Moramos em uma cidade do interior muito conservadora. Quando saio na rua as pessoas me olham torto, desconfiadas”. E reconhece: “Querendo ou não a tatuagem cria um estereótipo ruim, mas isso dura até as pessoas conhecerem quem está por trás dos desenhos”.
 
Esse sentimento de superioridade já foi muito maior. Antigamente a tatuagem era sinônimo de exclusão, feita apenas por prisioneiros, e carregava consigo a marca da desonra. Nos anos 70, o movimento hippie redescobriu o estilo de vida dos indígenas americanos, e deles copiou a mania de pintar o corpo. De lá para cá, homens, mulheres, hippies, punks, metaleiros, velhos e jovens aderiram ao costume. “A arte de tatuar está cada vez mais forte porque o preconceito está acabando”. E completa: “Meu sonho é que a tatuagem seja vista como arte e, nós tatuadores, como artistas”, finaliza Herbert Matos.
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