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Publicado: Sábado, 12 de maio de 2007

Esporte sem limites

Bater bola, correr e fazer a cesta. Para alguns adultos, realizar esta seqüência parece algo impossível. Agora tente imaginar uma criança fazendo tudo isso, perfeitamente, só que em cima de uma cadeira de rodas. No mundo, existem muitos casos semelhantes: ter uma deficiência não impede ninguém de sonhar, lutar e conquistar seus objetivos. Mas nem todos sabem disso e o esporte pode ser um grande aliado para virar este jogo.
 
No mundo estima-se que existam 610 milhões pessoas com deficiência. Somente no Brasil existem 27 milhões de pessoas, 20% delas são das classes A e B. Por mês, somente na cidade de São Paulo, cerca de 10 mil pessoas tornam-se deficientes em decorrência, principalmente, de acidentes automobilísticos e da violência urbana que assola a cidade e o país.
 
Esses “novos” deficientes num primeiro momento “perdem o chão”, ficam anos enclausurados em casa, inconformados, desmotivados e sem perspectivas de reagir diante dessa nova realidade. Quando finalmente criam coragem para sair da reclusão, deparam-se com um cenário duro e ingrato. São vítimas do preconceito e, em muitos países, entre eles o Brasil, da falta de espaços públicos adequados que propiciem o mínimo de condições de acesso e conforto.
 
No processo de reintegração do deficiente à vida social, o esporte figura como uma poderosa ferramenta. Ele melhora a qualidade de vida, aumenta a auto-estima, dá disposição. Se um deficiente físico é capaz de jogar basquete ou tênis, então ele pode fazer qualquer coisa.
 
Ao abraçar a prática esportiva, o deficiente recupera a motivação para a vida e, enfrentando com valentia suas limitações físicas, procura também outras atividades que pareciam ser inatingíveis: trabalhar, namorar, casar, estudar, conhecer novos amigos. O esporte transforma os deficientes em verdadeiros campeões. A cada dia encontra em seu interior uma energia extraordinária para vencer o medo, superar o preconceito e conquistar resultados expressivos.
 
A informação é a chave para minimizar as dificuldades que os deficientes, de um modo geral, enfrentam. E as crianças, líderes de amanhã, devem ser colocadas desde cedo em contato com essa realidade. Assim, no futuro, serão capazes de considerar a diversidade em suas decisões e tomar atitudes transformadoras em prol de uma sociedade mais justa.
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