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Publicado: Sábado, 28 de março de 2015

Quem empata 7 vezes não vai a lugar nenhum

Crédito: Miguel Schincariol/Ituano FC Quem empata 7 vezes não vai a lugar nenhum
Ronaldo cabeceia bola, em meio a dois adversários lusitanos

A trave, a péssima marcação da arbitragem no gol anulado de Dick, a falta de organização ofensiva rubro-negra e a boa atuação defensiva do adversário foram os responsáveis pelo empate de hoje (28) que praticamente tira as chances de classificação do Ituano. Agora são quatro pontos de distância para o Mogi Mirim, terceiro colocado da chave. Restam seis em disputa. 

Erro gravíssimo

A jogada da partida foi o gol de Dick aos 40 do segundo tempo, que foi invalidado. O bandeirinha alegou que Josa participou do lance. Se o volante rubro-negro não estivesse nesse lugar, o gol sairia do mesmo jeito. O goleiro Rafael Santos não foi nenhum pouco atrapalhado. Portanto, o gol foi legal. Marcação totalmente infeliz da equipe de arbitragem. 

"Vencedor, sempre em frente"
É o que diz o hino do Ituano. Na verdade, isso representa o contra-exemplo da campanha. Foi o quinto empate em 0 a 0 no campeonato. O terceiro seguido. Em todos eles, o time foi melhor que o adversário. Além desses cinco, o Galo empatou duas vezes em 1 a 1. No total são lastimáveis sete resultados de igualdade.

Isso freia qualquer poder de reação de uma equipe. Mata uma campanha e todos os objetivos. Em treze jogos no campeonato foram três vitórias e três derrotas. O último triunfo foi há três semanas contra o Rio Claro. Foram cinco jogos desde então. 

O pior de tudo, é que em cinco dos sete empates o time foi superior ao adversário. Como contra a Portuguesa neste sábado (28). São jogos que a equipe sequer é ameçada defensivamente. 

"Joga essa bola na rede"
O hino, mais uma vez, pediu. Mas o Galo de Itu não cumpriu. Nos últimos cinco jogos, o time só marcou na derrota diante do Audax (e aliás foi um gol contra). Somente os três últimos colocados têm um ataque pior que do Ituano. São Bernardo, Bragantino e Marília conseguem o feito.

Motivos do ataque sonolento
Não parece que o Ituano joga com dez jogadores de linha. A disposição dos jogadores quando o time tem a posse é ruim. O jogador com a bola no pé não acha opções para fazer uma jogada. Além de mal distribuído, o Galo é pouco incisivo e criativo. Falta aquele cara que pode decidir o jogo num chute de média distância. Ou numa bola parada. As jogadas individuais só ficam a cargo de Clayson. 

Referência de ataque é uma palavra que inexiste no dicionário ituano. O trio de centroavantes do elenco, que já atuou como titular, foi responsável por somente um gol, em todo campeonato. Ronaldo e Jheimy não chegaram nem perto de balançar a rede, quando começaram jogando. 

Ricardinho marcou na quarta rodada contra o XV de Piracicaba. Jheimy fez contra o Corinthians, quando entrou no segundo tempo. E só. O Galo fez míseros oito gols na competição. Possivelmente chutou mais bolas na trave do que nas redes. 

O medo de arriscar
Tarcísio Pugliese não vai continuar depois do Paulistão. Não conseguiu dar nenhum padrão tático para o Ituano. O único ponto positivo é o bom desempenho defensivo da equipe. Sofreu apenas dez gols. 

O técnico se superou na tarde deste sábado (28) ao fazer uma substituição "ousada" aos 42 do segundo tempo. A ideia de tirar um volante e colocar um atacante é boa. Mas fazer isso três minutos antes do fim do tempo regularmentar não vai acarretar em algo concreto. Falta mais coragem para Pugliese. Isso é refletido no número de empates que o time tem contra equipes mais fracas. Quem tem medo de perder, não ganha. 

Culpa do "se"
Um professor de gramática analisando as últimas colunas que fiz sobre o Ituano, com certeza queixaria-se do constante uso da partícula condicional "se". Se não fosse a trave, se o bandeirinha não tivesse marcado algo que só ele viu. E assim vai. 

Claro que SE o time tivesse mais volume de jogo e repertório ofensivo não dependeria somente da sorte, como hoje. O Ituano é melhor que muitos dos times que não venceu. Entretanto, a maioria das chances criadas acontecem em momentos esporádicos da partida. O time não pressiona. Cria uma chance de gol e só ameaça novamente depois de um bom tempo de marasmo. Falta intensidade.

Público acima da média
Em uma parceria da Federação Paulista de Futebol com alguns times do interior, duas garrafas pets poderiam ser trocadas por um ingresso. O Ituano também foi incluído nessa, e usou o jogo de hoje para essa promoção ambiental. O resultado disso foi o melhor público no Novelli Júnior no Paulistão, depois do confronto com o Corinthians. Mais de 2,7 mil pessoas foram ao estádio. 

Últimos momentos de 2015
Com a iminência da eliminação no Paulistão e consequentemente a não classificação para a Série D do Brasileiro, o Ituano vai fazendo suas últimas partidas importantes do ano. Já que possivelmente disputará a insossa Copa Paulista no segundo semestre. 

Na próxima quarta-feira (01) às 19h30, em Itu, o Galo volta a jogar a Copa do Brasil depois de uma década. É a terceira participação rubro-negra na história do torneio. O primeiro jogo será diante do campeão da Série B do Brasileiro, o Joinvile-SC. Se os catarinenses vencerem por dois gols de diferença eliminam o Ituano já neste jogo de ida. Em caso contrário, a partida de volta acontece daqui duas semanas, na Arena Joinvile. 

Pelo estadual, o atual campeão tem seu penúltimo compromisso, fora de casa diante do já rebaixado Marília, no sábado (04). Vai tentar vencer a segunda partida longe de seus domínios, contra uma equipe que fará, possivelmente, a pior campanha da história do Campeonato Paulista. No momento, empatou duas vezes e perdeu onze.

Já na quarta-feira seguinte (08), encerra sua participação contra o Palmeiras, no Novelli Júnior.

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