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Publicado: Quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Politica monetária deverá reverter desaceleração

Politica monetária deverá reverter desaceleração

o   O ritmo de crescimento da economia brasileira vem frustrando as expectativas nos últimos anos. Na primeira divulgação do relatório Focus de 2019, a mediana das projeções apontava para um crescimento do PIB de 2,5%. Hoje, a mediana encontra-se em 0,9%. Além disso, parece haver um contágio também das expectativas para 2020 – que caíram de 2,5% para 2,1% nos últimos meses. A nossa própria projeção passou de 2,2% para 1,9%

o    Diferentemente de 2018, quando a piora das expectativas de crescimento não pôde ser contrabalanceada pela política monetária, em 2019 as condições de contorno da economia permitem que essas frustrações sejam compensadas por uma política monetária mais ativa.

o    Hoje, as condições de contorno são muito diferentes. Em primeiro lugar, a depreciação do câmbio de 2018 não se traduziu em aceleração da inflação, o que reforçou que o repasse do câmbio é hoje menor do que no passado. Em segundo lugar, o ambiente externo continua sendo, até aqui, de um dólar forte, mas houve uma mudança relevante na postura do Fed, que passou a cortar juros para minimizar o risco da desaceleração da economia mundial afetar negativamente o crescimento norte-americano (diversos bancos centrais têm adotado a mesma postura). Em terceiro lugar, os preços das commodities em reais hoje estão estáveis, o que significa que a depreciação da moeda foi mitigada pela queda das primeiras – em 2018, as commodities em reais subiram mais de 10%, o que produzia dúvidas pertinentes sobre a dinâmica inflacionária futura. Portanto, hoje, os riscos inflacionários são bem menores do que no passado.

o    A desaceleração global atua, nesse episódio, como um choque negativo de demanda. Normalmente dois instrumentos são usados para tentar reverter ou mitigar os efeitos de uma perda de dinamismo do crescimento: a expansão fiscal e/ou a flexibilização monetária. Sabemos que não há espaço hoje para uma política de aumento dos gastos públicos, uma vez que o principal problema enfrentado é justamente o desequilíbrio fiscal. Logo, o instrumento que resta é o afrouxamento monetário – reduzir os juros para estimular a demanda. Esse mecanismo só é possível de ser utilizado quando a inflação e as projeções à frente encontram-se comportadas, exatamente o cenário que observamos agora.

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