Bem estar

Publicado: Sexta-feira, 29 de julho de 2011

Terapias e atividades promovem o bem-estar de pacientes com Alzheimer

É fundamental que a família seja parceira do doente.

A população idosa está aumentando e, com ela, a incidência de transtornos cognitivos, mais conhecidos como demência. Entre suas variadas formas, a mais conhecida é a Doença de Alzheimer (DA), que afeta a memória, atenção, concentração, raciocínio e linguagem, com comprometimento das atividades funcionais e da vida diária. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer, esta enfermidade corresponde entre 50% a 70% dos casos de demência, que atinge 5 a cada 100 pessoas com mais de 70 anos.

“É uma doença degenerativa de evolução lenta que traz uma triste realidade para o paciente e sua família, uma vez que, atualmente, não possui cura”, informa Cássio Bottino, psiquiatra e coordenador do Programa Terceira Idade (PROTER) – IPq HCFMUSP. “Apesar de tudo, existem tratamentos que podem ajudar a retardar os sintomas, proporcionando ao idoso uma melhor qualidade de vida”, pontua o especialista.

Familiares e cuidadores passam a ter a responsabilidade de garantir que o paciente de DA consiga levar a vida da forma mais confortável possível. Entretanto, muitos podem enfrentar algumas dificuldades nesta função. “Experiências demonstraram que, muitas vezes, os familiares acabavam optando por internar o parente doente em um asilo devido à impossibilidade de prestar assistência em suas casas. Mas a reabilitação, dentro das limitações impostas pelo caso, é possível de ser incluída na convivência diária com o paciente”, informa Bottino.

Entre os tipos de reabilitação direcionados ao paciente com DA existem: terapia ocupacional, que maximiza o desempenho para as atividades da vida diária; a terapêutica física, que se preocupa com a parte motora; a terapia da orientação para a realidade, que privilegia os aspectos cognitivos e intelectuais, memória etc; a e a terapia ambiental.

Terapias como essas e tratamento medicamentoso com inibidores da acetilcolinestinesterase, podem retardar de forma significativa o declínio da função cognitiva em pacientes com DA leve a moderada. Entre os medicamentos, o Eranz (cloridrato de donepezila) é o único indicado para todos os estágios. Quando iniciado já na fase leve da doença, durante o surgimento dos primeiros sintomas, o tratamento terá resultados ainda melhores. Contudo, o médico deve ser sempre procurado para avaliar e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.

De qualquer forma, uma vez diagnosticado o problema, é fundamental que a família seja parceira do paciente e do médico. “Existem formas simples de manter o idoso com a mente e o corpo ativos. Estimular jogos de tabuleiro, leitura de livros e jornais, palavras-cruzadas, aprendizado de outro idioma ou instrumento musical, caminhadas, e manter um convívio social ativo são algumas delas”, orienta Bottino. “Todos os pacientes, independente da fase da doença, merecem essas oportunidades terapêuticas”.

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