Dentes sensíveis?

Por Camila Bertolazzi

A sensibilidade dental é um problema cada vez mais comum entre os brasileiros. Pesquisas apontam que 25% da população adulta sentem dor nos dentes ao comer ou beber algo quente ou frio, doce ou amargo, ou devido à pressão da mordida.

Segundo a cirurgiã-dentista Maria Alice Gatti Palma, os estímulos nervosos originados na polpa dentária não distinguem a fonte da dor. “Quando um dente recebe um estimulo, seja ele térmico, tátil, químico, osmótico ou evaporativo, ele responde da mesma forma, ou seja, acusa dor”.

A hipersensibilidade dentinária ou “dentes sensíveis”, como é popularmente conhecida, é caracterizada por uma dor de curta duração que pode variar de leve a intensa. De acordo com a profissional, a principal causa é a exposição da raiz do dente, deixando a dentina exposta a estímulos do meio bucal.

“A dentina é composta por túbulos dentinários, normalmente recobertos por uma camada protetora. Se essa camada de proteção é removida a raiz fica exposta, deixando milhares deles [túbulos dentinários] abertos. A dor será provocada através de estímulos que promovem a movimentação de fluído contido nesses túbulos”, explica.

Muitos fatores podem estar envolvidos na hipersensibilidade dentinária, os principais são escovação vigorosa, utilização de escovas de cerdas duras e técnica de escovação inadequada que provocam a retração da gengiva com a exposição da raiz do dente. Outros fatores são o uso constante de creme dental muito abrasivo, consumo de alimentos ácidos, refluxo gástrico, desgaste dental entre outros que expõe os túbulos dentinários, deixando o dente desprotegido.

Sendo assim, qualquer pessoa que identifique em sua rotina algum dos fatores causais da sensibilidade dentinária está suscetível a adquiri-la. Se você é uma delas, alguns cuidados devem ser tomados antes que o incomodo se transforme em algo pior. “Em primeiro lugar deve-se procurar um cirurgião-dentista para que ele faça o diagnóstico de hipersensibilidade dentinária, já que existem outras condições que podem ter sintomas semelhantes. Além disso, o profissional identificará os fatores que estão gerando o problema e instituir o tratamento adequado”, orienta Palma.

A escolha de uma escova macia, um creme dental de baixa abrasividade, prescrição do uso de flúor, aplicação de desensibilizantes, ou ainda, cirurgias para recobrir a dentina exposta, estão entre os métodos empregados para a prevenção e o tratamento.

“As pastas indicadas para ‘dentes sensíveis’ apresentam alguns constituintes que não estão presentes nas pastas comuns. Esses componentes não agridem o esmalte e podem auxiliar no fechamento dos poros, o que é fundamental no controle da sensibilidade”, explica a cirurgiã-dentista.

Caso não tratado, “o desconforto pode ser tão intenso que chega a prejudicar a qualidade de vida do paciente, impossibilitando-o de desfrutar de alguns alimentos e bebidas. Ou ainda pode-se ir além quando a sensibilidade prejudica a higienização. Neste caso, o paciente torna-se vulnerável ao desenvolvimento de cáries e doenças gengivais”, alerta a profissional.