Colunistas

Publicado: Terça-feira, 14 de agosto de 2018

Vivendo e Aprendendo

Crônica Vivendo e Aprendendo

            Certa vez numa palestra o palestrante nos contou que o povo japonês tem fama de ser o que mais come peixe cru, tanto que, ao escassearem os peixes das águas mais próximas, os pescadores tiveram de avançar mar adentro.

            Devido às distâncias, os barcos, precisavam ser guarnecidos de geladeiras, onde os peixes eram guardados para evitar que se estragassem. Mas, a medida não agradou os consumidores, que sentiram diferença. Para atendê-los passaram a usar barcos maiores, nos quais instalaram grandes tanques para trazer o pescado ainda vivo.

            Parecia ser a solução, mas exigente, o consumidor percebeu que a consistência do peixe não era a mesma.

            De fato, instalado na segurança do tanque por vários dias, sem ter de fugir dos predadores, o peixe se tornava apático e mole, pois não precisava lutar pela vida.

            Criativos os pescadores estudaram a situação e concluíram que a única maneira de manter os peixes nas mesmas condições que se encontravam no mar seria colocar um tubarão no tanque. Obrigados a se movimentar com rapidez para não serem devorados, os peixes continuavam ariscos, ágeis, preservando consistência e valor originais.

            Engraçado, isso ocorre com todos nós, quando nos deixamos levar pela nossa rotina. Ficamos apáticos e indiferentes aos nossos compromissos como se nada tivéssemos paraaprender.

         Como vencer essa apatia? Temos observado algumas respostas. Se olharmos a quantas andam nossos comprometimentos sentiremos a falta de um tubarão no nosso tanque. Na verdade estamos precisando recobrar a alegria e o entusiasmo dos velhos tempos.

         Proust afirma que: “viajar não consiste em visitar lugares novos, mas em ver os mesmos lugares, com novos olhos”. Essa mudança de perspectiva constitui o segredo.

         É claro, novos olhos requerem humildade, admitir um “não saber”, porta para um verdadeiro conhecimento.

         E aí alguém está precisando de um “tubarão”?

Ditin

Comentários