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Publicado: Sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Vitórias da Vida

Na semana que finalizamos, três fatos marcantes emergiram como expressivos sinais de vitórias na luta em favor da vida, contra investidas da cultura da morte, do desprezo da ética e do descuido com a dignidade humana.
 
O primeiro foi quando a 13ª Conferência Nacional da Saúde (CNS), reunida em Brasília, dos dias 15 a 18, com participação de mais de três mil delegados do Brasil inteiro, desaprovou a legalização do aborto, o que o Ministério da Saúde, com sua incompreensível campanha a favor do aborto por qualquer razão, não esperava. 
 
A posição da maioria dos membros é bastante significativa, pois se trata de uma Conferência laica, sem vínculo com nenhuma corrente religiosa, embora dela participem pessoas de vários credos, da forma que é constituído o povo brasileiro.
 
É, contudo, no mínimo curioso que abortistas inconformados tentem justiçar, relegando o fato à influência dos católicos, ou pessoas de outras correntes religiosas defensoras da vida. É preciso ficar claro que o assunto foi discutido com isenção de ânimos, de forma razoável, como afirmou o próprio presidente da CNS, Francisco Batista Junior.
 
A maioria na CNS optou livremente pela vida e sua opinião naturalmente terá peso nos órgãos deliberativos, uma vez que estamos num País democrático.  Durante a CNS ficou claro que, na campanha abortista, a ausência proposital do termo aborto, e sua substituição por eufemismos como interrupção da gravidez ou outros termos, resulta em engano para a maioria das pessoas, pois quando se fala de aborto a compreensão é imediata e direta o que não acontece muitas vezes com os eufemismos.
 
É preciso trabalhar com transparência, pois a substituição dos termos exatos não modifica a gravidade do fato, mas apenas camufla o problema e não é boa medida governar por ilusão.
 
O segundo caso noticiado na semana foi o de Marcela, a menina anencéfala de Patrocínio Paulista, que completou um ano de vida, desafiando previsões médicas. A mãe havia sido aconselhada por médicos a interromper a gravidez no quarto mês, porque tinham certeza da morte imediata da criança.
 
A mãe, Cacilda Galante Ferreira, por sua convicção de fé cristã, se recusou a fazer mal à sua criancinha e decidiu acolher com amor seu nascimento, disposta a dela cuidar da forma que viesse, sã ou doente, perfeita em seu físico ou não. Recentemente, interpelada por um jornalista, a mãe, com louvável maturidade humana e espiritual, declarou: “não me arrependo de nada. Cuido do meu anjinho como se fosse normal. Vai ser assim até quando Deus quiser”.
 
Atualmente, alguns médicos chegaram a julgar que o seu problema poderia não ser anencefalia, mas outro tipo de malformação cerebral. Mas, se isto fosse comprovado, o perigo de aconselhar o abortamento em caso de anencéfalos seria ainda mais grave, uma vez que este possível diagnóstico só teria sido encontrado após um ano de vivência da criança. Porém, a mídia já noticiou que precisos exames realizados nestes últimos dias comprovam o diagnóstico de anencefalia (cf. A Folha, 22/11/07 –C6).
 
Ao completar seu 1º aniversário, Marcela continua respirando normalmente, se alimentando, chora, sente dor, reage a estímulos, afinal vive como qualquer outro ser humano, dentro dos naturais limites de seus problemas.
 
O terceiro caso foi a notícia da comunidade científica a respeito de células-tronco tiradas da pele de adultos, com resultados tão favoráveis como as células embrionárias, o que indica serem desnecessários procedimentos que causem a morte dos embriões humanos.
 
Tendo a descoberta sido realizada por cientistas japoneses e norte-americanos, o Presidente Bush comemorou com entusiasmo, reafirmando seu incentivo ao avanço científico dentro dos limites éticos. Da parte da Igreja, o Cardeal Rigali, Presidente do Comitê de Atividades Pró-vida, da Conferência Episcopal, assim se expressou: “Agradeço aos cientistas que assumiram o desafio de encontrar formas moralmente aceitáveis de realizar a pesquisa de células-tronco”.
 
E na Sede de Pedro, a Pontifício Academia para a Vida definiu como “momento histórico” da humanidade este das mais recentes descobertas a respeito das células-tronco adultas.
 
Viva a vida!
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