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Publicado: Sexta-feira, 27 de abril de 2007

Vida, Sexo e Morte

Ouvindo um padre falar na tevê que o sexo se banalizou, veio-me a inspiração para esta crônica. Realmente, sexo não é mais aquela coisa estranha, desconhecida, envolta em mistérios, que só os adultos podiam desvendar. Hoje qualquer criança sabe como veio ao mundo (não mais no bico da cegonha ou na cestinha de pão) e pode perguntar ou tentar conversar sobre quase todos os assuntos relacionados ao sexo.
 
Para o adolescente, na fase das espinhas e mudança de voz, o tema é absorvente. Aí está a banalização. Desaparecendo aqueles mistérios fascinantes que envolviam a vida sexual, esta se tornou rotina, como as refeições que somos obrigados a fazer para conservação do corpo.
 
Como as refeições podem ser preparadas de infindos modos, os relacionamentos sexuais sofreram mutações diversificadas, daí se aceitando facilmente as separações e divórcios, mais do que por incompatibilidade de gênios ou erro na escolha do cônjuge, como era o pretexto de outrora.
 
Na adolescência e mocidade, a banalização do sexo vem a trazer o desencanto pela vida, embora incremente a procura do prazer. Os prazeres sexuais, que deveriam ser comedidos e sóbrios, porque o objetivo da vida não é deixar se escravizar por tais e exclusivos tipos de satisfação, vêm a ficar rotineiros, banais, terminando por direcionar os jovens mais impulsivos para as drogas, terrível castigo dessa imprudência e desse descaminho.
 
Os mais circunspetos, moderados e tidos como “sabichões” optam pelas uniões livres, de forma alguma considerando que contribuem para o desmantelamento da família. Nesse caldeirão supimpa para satanás, com todos os ingredientes da permissividade e modernidade, surge o apimentado caldo da violência com que todos se arrepiam.
 
A violência, sempre crescente e assustadora, vai matando de todas as formas, principalmente os jovens, e todos vão se acostumando com essas contundentes notícias. É a banalização da morte. É o retorno do faroeste, com a única diferença que o faroeste era mais legal, pois todos podiam andar armados e se defenderem.
 
Hoje, só os bandidos têm armas e cada um tem de confiar em Deus, em seu santo protetor e em seu anjo da guarda, pois a chegada em tempo do aparato policial como socorro será mera coincidência... Dizer que só os bandidos sabem usar armas de fogo, não têm nada a perder etc. parece-nos conversa de acomodados, pusilânimes, desfibrados e ignorantes.
 
Além dessa violência agressiva, ativa, temos de suportar a violência sub-reptícia, passiva, como essa gangue do sangue ou dos vampiros e todas aquelas outras tão conhecidas que surrupiaram e surrupiam bilhões dos cofres públicos.                         
                           
Assim, a vida vai se escoando, pena que não em aperfeiçoamento constante, onde em cada dia soubéssemos de boas realizações, de estupendo progresso, com alegria permanente. O sexo vai sendo o termômetro, a moeda de troca, o busílis de toda a questão. E a morte, no fim do caminho, com sua horrenda figura, vai sempre nos lembrando que somos pecadores e que precisamos rezar muito para vencê-la com segurança.
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