Colunistas

Publicado: Sábado, 8 de janeiro de 2011

Viagens fora do corpo

Viagens fora do corpo

Aos 19 anos tive uma experiência inesperada quando praticava respiração yoga à noite deitado na cama, orientado pela leitura de um livro do mestre e yogin Caio Miranda. Naquela época (velhos tempos) nem existiam academias de Yoga. A gente era autodidata e se virava sozinho. A busca interior era mais solitária. Vamos falar disso agora.

Após o que eu penso que foram uns 90 minutos de prática, atento ao ritmo da respiração entrei num profundo estado de calma. O coração diminuiu as pulsações e eu escutava o seu som perfeitamente dentro do meu ouvido. Eu via, como se tivesse um olho dentro do meu corpo, os meus órgãos, ossos, fluxos e ritmos. Era uma mistura de ver e sentir. Instigante e nova. Subitamente, num átimo, o meu olhar estava fora do corpo, no canto superior do quarto e eu via, tranquilamente, um corpo deitado na cama. Demorei um pouco para entender... Então daí a um instante caiu a ficha: era eu, pô! Ou pelo menos o que eu entendia na época como “eu”, o meu corpo.

E sem muita cerimônia saí do quarto atravessando a parede - sem me perguntar como isso era possível - e fui voando para a rua das Bandeiras, esquina com a D. Pedro II, bem em cima da casa do Piero, amigo do peito e colega de classe no científico (era assim que chamava na época) no Américo Brasiliense. Era madrugada, tudo escuro, e não havia uma alma viva na rua. Nos anos 60 o povo todo dormia à noite (rsrs).

Comecei a experimentar o que eu achava que era um sonho, e não uma viagem-fora-do-corpo, pois nem sabia o que era isso. Naquela época ninguém tinha - acho eu - cunhado a expressão sonhos lúcidos, onde você sabe que está sonhando e até dirige de certa maneira o sonho. Então eu agi como agia em criança: sacava que estava sonhando e saia fazendo artes, reinações, como dizia a Dona Zéfina, minha saudosa genitora. Saí dando saltos enormes, saltos-voos em câmera lenta, experimentendo...como se estivesse na gravidade leve da lua. Não sei quanto tempo durou tudo isso, porque perdi a escala de tempo, mas foi um grande barato.

E lá estava eu me divertindo, quando súbito no meio dos saltos, um pensamento-emoção se introduziu na minha mente: “não posso me afastar muito daqui, se acontecer algo - sei lá o que seria esse algo - eu posso não voltar mais para o corpo e morrer” e pimba! O coração aumentou a pulsação, a respiração se alterou e eu abri os olhos. Na cama, é claro.

Hoje, depois de muito sambar na vida, já sei do que se trata. Se soubesse na época, a experiência teria sido outra. Fico até imaginando, deliciado nas minhas fantasias...
Então - chega de fantasía - vou passar a vocês um guia para quem estiver interessado no assunto. São 7 dicas de Robert Monroe para quem quiser viajar fora do corpo. Nem precisa comprar passagem.

Ele, americano, foi empresário, engenheiro de som, vidente, escritor sério e famoso, e bruxo da pesada. Escreveu 3 livros sobre o assunto (veja abaixo, ou no Google), e afirma que qualquer pessoa consegue viajar fora do corpo. Tudo que precisa é de pratica e da vontade de fazê-lo. A quem quiser tentar a Experiência Extra Corpórea (EECs) Monroe sugere os seguintes passos:

1 - Num quarto escuro, onde você não seja perturbado, deite-se em posição confortável, com a cabeça em direção ao norte. Desaperte as roupas e tire relógio, joias, etc;

2 - Relaxe a mente e o corpo. Feche os olhos e respire de modo rítmico, mantendo a boca ligeiramente entreaberta;

3 - Focalize uma única imagem, a medida que vai caindo no sono. Quando atingir aquele estado limítrofe entre a vigília e o sono relaxe ainda mais, concentrando-se na escuridão além de suas pálpebras;

4 - Para induzir as vibrações que devam anunciar o início de uma EEC, focalize um ponto a cerca de 30cm de sua testa. Aos poucos, vá afastando o ponto de foco para uma distância de 2 metros, e desenhe uma linha imaginária paralela ao seu corpo. Focalizando esse plano, imagine as vibrações e faça-as penetrar em sua cabeça.

5 - Assuma o controle das vibrações, guiando-as conscientemente através do corpo. Da cabeça para os pés e, depois, de volta. Assim que essas ondas puderem ser produzidas por comando mental, você estará pronto para tentar a separação do corpo.

6 - Para deixar o corpo, concentre-se em quão agradável seria flutuar acima dele. Mantenha esses pensamentos e seu corpo astral deverá iniciar sua elevação.

7 - Para retornar ao corpo físico, concentre-se apenas na reunião das duas partes.

Você provavelmente não terá sucesso em sua primeira tentativa. Não desanime!

Algumas (poucas) pessoas por mais que tentem nunca conseguem se projetar. Por medo ou crenças religiosas (algumas religiões, por exemplo, não admitem a existência desse fenômeno).

Você não corre qualquer risco de vida ao se projetar e nem fica mais exposto a doenças. A única coisa que deixa o corpo físico é o corpo astral (ou corpo energético, segundo outras tradições), e não você.

Você não corre o risco de ter seu corpo físico "possuído" por outro espírito enquanto se encontra projetado como nos filmes de ficção, ou nas séries de TV.

Na época eu nem segui as regras e deu certo.

É isso aí. Simples e de graça.

Conteúdo extraido, resumido e personalizado de 3 best sellers: Viagens fora do corpo (Journeys Out of the Body), Viagens além do universo (Far journeys), A última jornada (Ultimate Journey).

Coisa finíssima de se ler.

Comentários