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Publicado: Sábado, 5 de dezembro de 2009

Vantagens da riqueza e da pobreza

É melhor ser rico ou ser pobre? Como a grande maioria é pobre e vive dentro da chamada classe média, somos tentados a desconsiderar as pessoas ricas - ao menos no subconsciente e certamente por não nos encontrarmos entre elas. 

É vantagem ser rico? Em termos meramente humanos a riqueza é ambicionada por todos. E não se pode negar as vantagens dela: você poderá morar em bela e confortável casa, com toda a aparelhagem que  facilita a vida,  ter casa de veraneio na praia e na montanha, automóveis novos, todos os bens de consumo desejáveis etc. 

Viajar quando quiser e para o lugar que desejar, gastar e consumir à vontade etc. Poderá, inegavelmente, ajudar os parentes e amigos, que louvarão essa riqueza abençoada ... 

Ricos sempre foram pequena minoria. A maioria pertence mesmo à classe média ou ao povo mais simples, razão pela qual temos de procurar o conforto dentro das nossas possibilidades. Ter conforto, usufruir as vantagens do progresso material naturalmente não pode ser pecado, porque de outra forma, estaria cerceada a motivação para viver. 

Conseguir bens, melhorar de vida, ou seja, enriquecer é meta natural de todo ser humano. A chamada opção pelos pobres não deseja insinuar que devemos ter por objetivo nos tornar pobres, mas nos incentiva a colaborar para que os pobres em bens materiais saiam dessa malfadada situação, alcançando os mínimos confortos da riqueza. Acontece que a maioria da população, como salientamos, não consegue ter mais do que o necessário para a subsistência. 

Como, de imediato, nada podemos fazer para resolver essa questão em termos materiais, procuramos nos confortar espiritualmente: em termos de salvação eterna é muito bom que apenas a minoria se torne rica, pois está escrito que  é mais fácil um camelo passar pelo fundo da  agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus (agulha era pequena porta existente na cidade de Jerusalém). 

O preceito evangélico é de fácil compreensão porque os ricos geralmente abusam do seu poder econômico, seja mergulhando em todos os prazeres e vícios, seja desconsiderando o semelhante menos favorecido a quem deveria destinar, de uma forma ou de outra,  parte de sua riqueza.

Diz S. Francisco de Sales em sua clássica Filotéia: seria muito bom que tivessemos aqui na terra o conforto das riquezas e o céu também assegurado. Nessa ordem de ideias, nada mais lógico concluir que podemos batalhar materialmente para nos tornarmos ricos. Não devemos, porém jamais esquecer que a riqueza precisará ser bem administrada, ou seja, nos possibilitando maior ou melhor aperfeiçoamento espiritual.

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