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Publicado: Quinta-feira, 26 de junho de 2008

Um tema que retorna: estacionamento na marginal

Mantivemos durante longos anos, no centenário jornal A Federação, uma coluna intitulada “Última Página”. De lá para cá, sem nenhuma interrupção, continuamos com a crônica semanal, inserida sem maior destaque, como se adotou igualmente em relação a todos os colaboradores fixos.
 
Assim é que, justamente na primeira edição do ano de 1998, há mais de dez anos portanto, no número 4830, de 3 de janeiro, na página 8, publicamos uma matéria sob o título “Estacionamento na Marginal”. O renomado artista, Carlos Rubens Gírio, a nosso pedido, mostrou em desenho até uma ilustração pertinente à idéia expendida.
 
Na mídia, o assunto repercutiu. A TV Convenção entrevistou o articulista, em sua própria residência e levou a reportagem ao ar na mesma época daquela publicação.
 
Mas tudo parou por aí.
 
Pois bem.
 
Nos últimos meses, tem-se visto pela cidade, executadas pela empresa construtora, diversas e oportunas obras de aplicação ou reaplicação de camadas de asfalto. Muitos desses pontos, a atender um antigo reclamo da população.
Desenvolve-se também outro trabalho de fôlego, exatamente junto à via marginal, a avenida Octaviano Pereira Mendes. Vem daí pois de novo a idéia de se aproveitar, a este ensejo, aquilo que sugerimos já nos idos de 1998: área de estacionamento.
 
Não seria este o instante propício de finalmente brindar-se Itu com mais um melhoramento?
 
Leitores e amigos irão compreender melhor enfim, mediante a releitura da crônica acima referida.
 
Repete-se: foi a 3 de janeiro de 1998.
 
Ei-la, entre aspas, tal e qual, então sob título de “Estacionamento na Marginal”:
 
“Um dos problemas da cidade – entre outros – é o da falta de área de estacionamento na Avenida Marginal, a Dr. Octaviano Pereira Mendes. O local, num estilo bem brasileiro, pode ser considerado como o da proibição consentida. A sinalização veda o estacionamento, mas todos se ajeitam e espremem os seus veículos ao longo da avenida, em cada uma das pistas, separadas pelo Córrego do Taboão.
 
O desenho do amigo e artista consagrado, Carlos Rubens Gírio, na capa desta edição, tem a intenção de apenas sugerir uma das formas de aproveitamento do espaço. Não houve a preocupação de determinar com rigidez o tipo de construção. Passa-se a idéia. Aliás, em termos de idéia, nem se pode cobrar originalidade, por ser um recurso usual em muitas cidades. A prioridade nossa se cinge a antecipar a aplicabilidade da medida para Itu. Num futuro distante, diríamos, acabaria por acontecer, naturalmente.
 
Todos já vimos o mesmo plano, com o piso elevado em ângulo, a permitir inclusive maior vazão de água. Não deve ser o nosso caso, em face da profundidade do leito, detalhe que se tornou mais óbvio com o desassoreamento feito em agosto ou setembro. O volume de areia e detritos, ora retirados, mostrou um aprofundamento do leito. Enfim, não se deseja oferecer pormenores técnicos, que toda engenharia competente conhece de sobejo.
 
E vem a indefectível pergunta: há dinheiro?
 
O coro dos governantes, no Executivo, é de que a finanças pública está exaurida. Ora, como saldo de caixa pode ser examinado todos os dias e a qualquer tempo, nenhum dirigente dirá que foi surpreendido por esse fenômeno. O que se pede agora, e se espera, é que mesmo sem os predicados de um David Copperfield, o homem público saiba desvencilhar a magia da criatividade.
 
Além do dinheiro, se for entregue essa obra somente à Prefeitura, existiria o item da prioridade. Para Itu, neste momento, não iríamos à ingenuidade de afirmar como preferencial a construção do estacionamento. Mas ela é viável. E como?
 
Através da parceria, em que a Prefeitura ofereceria o projeto, assistência técnica e mão de obra e o comércio local os materiais necessários. Para que o comerciante não se sinta pouco estimulado (porque o benefício indireto ele não o poderá negar), pode-se ampliar o seu interesse no negócio. Far-se-ia uma ação diferente. A da parceria-investimento. Assegurar-se-ia ao “investidor”, sob exclusividade para o seu estabelecimento, por prazo determinado, metade da área que ajudasse a construir.
 
Resultado prático:
 
Não mais, ninguém de nós, deixaria de procurar um comércio similar, noutro local, porque naquele, de nossa escolha, sabemos que não daria para estacionar.
 
Segundo, a Prefeitura teria ganho de tempo de dinheiro. A antecipação de uma obra que só viria a ser cogitada num futuro distante e o dispêndio de verbas muito menores.
 
Em terceiro lugar, a verdade de que em Itu, afora a Caetano Ruggieri, só se tem a Avenida Marginal para se oferecer um quadro urbanístico moderno, de cidades grandes e novas, com prédios comerciais espaçosos e de arquitetura suave e bonita. O estacionamento, ajardinado, viria complementar o visual diferente.
 
Claro q
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