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Publicado: Terça-feira, 5 de julho de 2011

Um Santo Ituano! Quando?

A santidade é algo que nos custa entender e aceitar, principalmente para a nossa vida. Preferimos pensar que é para alguns poucos escolhidos por Deus. Ao contrário, a santidade ou a perfeição de vida é um chamado divino para todos.

É claro que estamos falando de santidade e de perfeição humanas as quais devemos abraçar e perseguir para que as alcancemos em grau o mais elevado possível – temos uma vida inteira para isso. Não nascemos santos; a santidade é algo que se constrói. Jamais chegaremos à santidade e à perfeição divinas, mas não podemos tomar isso como motivo para desanimar.

A santidade é um caminho de livre escolha, recusado muitas vezes pelo medo de seguir a vontade de Deus e ter que abrir mão da própria vontade ou das vontades do mundo. Isso porque o caminho da santidade passa necessariamente por  cruzes,  renúncias, desapegos e desprendimentos. Exige renunciar às tentações e às seduções do mundo materialista e liberal. Não é um caminho fácil, por isso muitas vezes preferimos achar que não é para nós, simples mortais.

Nem por isso o número de santos é pequeno. Pensamos, muitas vezes, naqueles que foram elevados aos altares, mas não nos podemos esquecer de tantos e tantos que tiveram ou têm uma vida santa, como quer o nosso Deus. Formam o verdadeiro povo de Deus, sustentam a ligação entre a terra e o Céu e a presença do próprio Deus entre os homens.

Não há dúvida que entre todos os seguidores de Cristo, alguns se sobressaem, seja nas virtudes, seja na entrega da vida em favor dos outros. Acabam esquecendo-se de si próprios para viver o Evangelho e o Amor de um modo radical. Impossível não notá-los, não perceber seus frutos de caridade, de solidariedade, de compaixão para com os pobres, para com os doentes, para com os menos favorecidos, para com os necessitados enfim.

São santos, o povo já os escolheu, como é o caso dos nossos ituanos de nascimento, Padre Bento Dias Pacheco e Dom Gabriel Paulino Bueno Couto e da nossa ituana de coração, Madre Maria Teodora Voiron.

Ninguém tem dúvida da santidade deles; como não se dobrar diante de um Pe. Bento que abandonou tudo que lhe podia dar uma vida cômoda e confortável materialmente para se dedicar aos irmãos pobres, aos doentes, aos sofredores? D. Gabriel, assim o definiu: “Padre Bento é a resposta de Jesus aos leprosos de seu tempo... Por mais de quarenta anos, Itu ocultou em seu seio este seu filho, Padre Bento Dias Pacheco, em quem os pobres leprosos sentiram o Cristo do Evangelho, no heroísmo de sua caridade desinteressada, incansável e generosa...”

Como não exaltar D. Gabriel? Ele mesmo dizia: “Eu vivo a vida de Deus no meu espírito”. Manifestou essa presença de Deus na sua vida corporal, nas relações sociais e individuais. Viveu essa presença de Deus em oração e observância, zeloso das coisas de Deus, sobretudo do povo a ele confiado. Como Bispo da Diocese de Jundiaí, seu programa pastoral se resumiu a “Dar Cristo a quem não o possuía e a consciência de Cristo a quem já o possuía”.

E Madre Teodora - Grande Educadora e mulher de fé? Deixou a França para vir exercer sua missão no Brasil, onde viveu a caridade por mais de 60 anos, atendendo a infância abandonada, principalmente a negra. Abriu orfanatos, externatos, asilos para crianças e idosos. Foi diretora da Santa Casa de Itu.

Viveu o que pregava:“Nada mais importante para nós do que santificar-nos e fazer todo o bem possível.”

Todos eles, aos olhos do mundo, se esvaziaram de tudo que é bom, de tudo que vale a pena, mas na realidade, só por fora, porque por dentro se tornaram fortes pela graça e preenchidos pelo Amor e pela Fé, que lhe deram segurança para escutar e aceitar a Palavra de Deus e, assim, viver segundo a sua vontade.

Adotaram para si uma vida simples, humilde e generosa; seguindo o Mestre, despojaram-se até as últimas consequências.

Viveram a caridade de modo extremo. Esses servos fieis aceitaram a Cruz e seguiram Jesus. Serviram a Deus na pessoa dos irmãos. Aceitaram a vontade e a ação de Deus; tornaram-se instrumentos nas Suas mãos. Santificaram suas vidas e realizaram inúmeros milagres humanos; agora o povo espera o reconhecimento no céu da santidade praticada na terra. E aqui a nossa participação é importante; vamo-nos valer da grande arma: a Oração.

Temos certeza que lá no céu continuam com a mesma dedicação praticada aqui na terra. Assim, usemos da boa vontade daqueles que já gozam da glória dos céus, rezando por eles e para eles para que, junto de Deus, intercedam por nós.

Só com nossas orações veremos nossos eleitos elevados à glória dos altares. Que isto seja breve!

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