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Publicado: Sábado, 24 de julho de 2010

Um menino de 10 anos

Um menino de 10 anos
Você consegue ver um carneiro dentro de uma caixa?

Quem é mãe sabe que um menino de 10 anos representa a inteligência e a emoção essencialmente plenas.   

É a fase do desenvolvimento humano que a imaginação ganha asas, a curiosidade determina o interesse e a sensibilidade permite o encantamento com a vida. Cresce a vontade por aprender e a energia para descobrir o mundo... Os olhos enxergam além e as proezas são intensas.    

Por isso, quando o desejo de homenagear o “itu.com”, pelo seu aniversário, brotou em mim, não pude evitar a representação da imagem de um menino vivo, bem cuidado e amado no auge dos seus 10 anos de idade. 

O Pequeno Príncipe tem 10 anos, na minha imaginação, e o significado dessa idade está definido no diálogo com o piloto, no pedido do desenho de um carneiro. Depois de muitas tentativas a satisfação com o desenho só aparece quando o piloto entrega ao menino a possibilidade da imaginação.  

O que fizemos e o que fizeram da nossa capacidade imaginativa, poética e sensível? 

A vida com pressa de um tempo confuso pode até nos impedir da sensibilidade poética, da beleza escondida nas palavras, da troca dos olhares amorosos entre os adultos. Mas jamais poderá justificar a infância roubada, a tentativa, desprezível, no entanto muito explorada, de fazer do mundo infantil um minimundo adulto, exigindo dos pequenos comportamentos de gente grande. Ah, isso não! 

Não podemos permitir a morte da infância e da capacidade da mente humana de criação e imaginação. Quando a mente descobre um caminho - e o melhor período para isso é a infância - seja ele de criação ou repetição, fica registrado para sempre. Assim, quando uma necessidade futura exigir uma resposta similar, certamente ela fará o caminho já aprendido, especialmente quando a resposta for espontânea: isso é o que chamamos de atitudes, sempre tão presentes na vida cotidiana e social.       

Enxergar o carneiro dentro da caixa é possível aos 10 anos de idade e aos que conseguiram crescer sem perder a poesia e a invenção. Mario Quintana dizia que “quem inventa fica mais perto da realidade.” 

Ele tinha razão. Inventar a própria história é ser autor da própria vida. Parece óbvio? Mas não é. Inventar a vida é ter coragem de fazer escolhas, quebrar paradigmas, liberta-se da mesmice. 

Assim nasceu o ”itu.com”. Dez anos atrás os seus criadores enxergaram o carneiro dentro da caixa e, com sensibilidade de meninos, nos fizeram ver também.

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