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Publicado: Segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Um caso sem solução

O problema que relatarei nesta semana afeta diretamente os moradores do Condomínio Residencial “Parque Três Meninos”, um conjunto de apartamentos, no qual resido há quase 20 de anos.

Embora resida há meio século em condomínios, morando inclusive em São Paulo, estranhamente, essa é a primeira vez que me deparo com um que não possui portaria; mas, em compensação, conta com seis grandes portões de garagens, sendo: dois para uma rua, três numa outra e, um outro, direcionado para uma terceira via.

De imediato, o leitor deve estar imaginando que, de devido a essas características inusitadas, tratar-se de uma cidade e não de um condomínio, propriamente dito, embora o conjunto tenha apenas três blocos com 47 apartamentos no total.

Na verdade, boa parte dos moradores (incluo-me nesse contexto), já se adaptou a tal situação, uma vez que o mesmo existe em Sorocaba há mais de vinte anos e os funcionários estão sempre prontos para atender qualquer emergência, tendo com ferramenta um celular (a comunicação a serviço da comodidade) para agilizar o trabalho.

Porém, quem é alheio à cena, no início, além de estranhar o cenário, também enfrenta algumas dificuldades, principalmente se uma visita inesperada necessita chamar algum morador. Dessa forma, os entregadores de pizza precisam exercitar a paciência.

E, aqui, cabe um outro esclarecimento importante, pois algumas pessoas se confundem, já que o condomínio está localizado na Vila Haro e não no Parque Três Meninos. Lembro, ainda, que o nome dos prédios é uma homenagem aos três netos do antigo proprietário de uma fazenda que foi cortada e recortada diversas vezes.

Os edifícios são denominados: Renato, Henrique e Nicolau, identificados pelos moradores de blocos 01, 02 e 03. E, como não dispomos de portarias, sempre que espero alguma visita ou encomendas, procuro deixar o número do celular do funcionário para as pessoas que irei receber, assim, facilito o trabalho de ambos.

Assim, quando as pessoas aguardadas chegam a um dos portões, telefonam para o funcionário que, imediatamente, vai recebê-los. Quando preciso de alguma prestação de serviço, também lanço mão do celular funcional para ser atendido.

Lembro-me de que fui sindico desse condomínio e que tive como meta, assim como outros que me antecederam e sucederam, transformar os seis portões em uma prática portaria, todavia, isso parece impossível. Explico: esse modelo de condomínio foi concebido dentro do padrão germânico e promover tal ajuste, com certeza, demandará inúmeras dores de cabeça aos moradores, além de um alto custo, que implica em uma ampla discussão com os condôminos. Assunto que, aparentemente, ninguém quer discutir no momento.

Verifica-se, de certa forma, que os moradores já se acostumaram a tal situação, portanto, nem estranham o fato de ter chamar algum funcionário, via celular, para abrir um dos portões. Além disso, os funcionários sabem o que e quem vai chegar, com isso, ficam a postos, aguardando, por exemplo, as correspondências dos Correios, que chegam sempre as terças e quintas-feiras, das 15h30 às 16h.

Finalizando, o lugar é maravilhoso para se morar, apesar de conhecer pouco os moradores e o que se passa com eles nessa pequena cidade chamada “Parque Três Meninos”. Até a próxima!
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