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Publicado: Sexta-feira, 11 de julho de 2008

Um ano de casa

Um ano de casa
Os netos, patrimônio precioso

Deu-se justamente no mês de julho – faz um ano – a inserção da primeira das crônicas semanais, aqui, nesta casa acolhedora, o site que retrata Itu por completo, com riqueza mesmo de pormenores, em todos os sentidos e áreas.

 

Como se pode constatar no índice remissivo de matérias já publicadas, no dia 13 daquele ano, o trabalho inicial trouxe o título de “07.07.07”.  Foram já divagações, bem ao sabor e estilo de encontros informais.

 

Queremos destacar no entanto, prioritariamente, a lhaneza e a simpatia com que o cronista foi atendido e recebido, para, em pouco tempo, sentir-se tão integrado à equipe.

 

Viemos com o foco geral sintetizado nos “retalhos do cotidiano”, expressão  colhida algures e da qual nos apropriamos. Um plágio confessado, pois. A ousadia dessa apropriação adveio da precisão de como se caracterizou naquela fonte, a pacienta e aberta busca através de observações do comum, do encontradiço, do raro, do inopinado, do bom, do belo e do bem, do surpreendente, do positivo e, por vezes, do lamentável também. Um olhar sem regras nem peias, de direção imprevisível e, por isso, quase sem limites, a não ser o do bom senso, respeito e polidez. Permite-se falar do daqui, de lá, do hoje, do amanhã e do ontem.

 

Realmente é assim o espírito do cronista, no mais livre e personalizado estilo de comunicação. Estilo em que, mesmo que não se verseje, transparece a alma de poeta. Como trazer pensamentos, idéias e enfoques, abstraídos do sonho? Como desvestir os devaneios da mente, de uma pitada de ousadia e, bem entendida, nunca constrangedora ou pungente. Cronistas não se fabricam nem se formam. Podem ser aprimorados, isto sim, com o enriquecimento cultural próprio e pela escolaridade até. O dom, propriamente dito – a veia para tal – ou se nasce com ela ou se resigna o escriba ao incômodo das muitas limitações.

 

A divagação corre solta, não policiada. Se porventura não nos expressamos bem na pretendida foto do que seja o homem de jornais e revistas, mirem-se os leitores naquele que se fez insuperável no conto, na prosa e na condição de cronista. Comemora-se em agosto o centenário de sua morte e ele é o mais vivo dos escritores pátrios. Machado. Machado de Assis. Joaquim Maria Machado de Assis. Paradoxalmente, se dirá dele que é aquele que se foi mas ficou.

 

E é tudo uma verdade. O profissional ou diletante atilado não se defronta nunca com a possível falta de assunto. Trata-se muito mais da relativa dificuldade de escolha na abundância dos tantos  temas que se oferecem.

 

Tudo é assunto.

 

A poltrona incômoda na sala de espera. Os netos, patrimônio precioso. O vestuário de etiqueta incômoda. O futebol bem e mal jogado. A geração do medo acossada na violência. A tirania do tempo sempre mais curto. Motos que surgem do nada. Ausência de lideres autênticos em todas as áreas. Política desacreditada. Sentenças dúbias nos tribunais. O bom exemplo do Kaká. A entrega sutil e gradativa da Amazônia. A performance itinerante da OSESP que Itu ainda não viu. A excelência do bom atendimento. A tosca e degradante subvida do catador de lixo. A grandeza de uma APAE. A eficiência dos Correios. A magnífica sede do SINCOMÉRCIO. O calçadão eternamente protelado. Os 400 anos de Itu. A brilhante trajetória do Coral Vozes. Saudade do casario e dos sobrados de antanho.

 

O rol é infinito, dos motivos simples aos de expressão.

 

Rabiscamos assim, aqui há um ano e na mídia impressa há algumas décadas, despretensiosos comentários. Estar neste site foi um avanço a mais, do que muito nos orgulhamos, tanto ainda pela fina  companhia dos exímios colaboradores da casa.

 

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