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Publicado: Sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Treinamento durante a gestação

Crédito: www.google.com.br Treinamento durante a gestação
Mãe em gestação

Quando o assunto se refere a treinamento durante a gestação, polêmicas sempre vão existir, e devem existir, uma vez que estamos lidando simultaneamente com duas vidas e, nessa hora, segurança e eficiência devem ser os pré-requisitos básicos, especialmente quando se diz respeito à prática esportiva no período gestacional.

Alterações fisiológicas significativas, tais como mudanças físicas e comportamentais, devem ocorrer, podendo ser estas as razões que levam desde uma simples frouxidão ligamentar (via liberação hormonal), até alterações anatômicas que afetam diretamente o fator postural, o sistema músculo-esquelético, e também alterações significativas sobre a saúde psíquica da gestante. Por estas razões, os profissionais devem atentar quanto aos tipos de exercícios e os grupos musculares a serem exercitados, evitando, assim, sobrecargas articulares desnecessárias, e buscando trabalhar os desequilíbrios musculares e posturais, organizando uma rotina de exercícios que vise enfatizar a melhoria da postura e da funcionalidade corporal e, também, que atue na prevenção das dores e desconfortos nas costas, que são um dos fatores que mais acometem a qualidade de vida no período da gestação.

Quanto a polêmica supracitada, se o exercício é benéfico na fase gestacional, o mesmo é, sim, bem indicado, no entanto, existem algumas contra-indicações quanto a proibição das atividades físicas de forma total ou relativa, especialmente nas seguintes condições:

Contra-indicações totais:

Doenças cardíacas severas e descontroladas;

Doenças pulmonares obstrutivas;

Incompetência de colo uterino;

Placenta prévia após 26 semanas de gestação;

Gestações múltiplas com risco de partos prematuros;

Sangramento persistente no segundo e terceiro trimestre;

Trabalhos de parto prematuros;

Ruptura de membranas;

Hipertensão gravídica.

Já as contra-indicações relativas, se dão quando a mãe apresenta alguns dos seguintes fatores:

Contra-indicações relativas:

Anemia severa;

Bronquite crónica;

Arritmias cardíacas;

Diabetes Mellitus – Tipo I;

Obesidade extrema;

Extremo baixo peso corporal (Índice de massa corporal < 12);

Retardo de crescimento uterino;

Hipertensão não controlada;

Limitações ortopédicas;

Fumantes severas;

Baixo controle dos hormônios tireoidianos (hipertireoidismo e hipotireoidismo).

Para estes casos, torna-se necessário um acompanhamento mais intensivo, tanto por parte dos médicos como dos profissionais que assistem esse paciente. O início do programa de treinamento deve ser acompanhado de forma minuciosa, sempre tendo uma avaliação clínica e obstétrica seguida de uma reavaliação periódica das necessidades nutricionais, condições psicológicas e, inclusive, se as capacidades físicas funcionais da gestante (como força e resistência), não estejam sendo acometidas com a gestação.

Para resultados palpáveis e seguros neste período, o ideal é buscar auxílio com um profissional de educação física habilitado e capacitado para atendê-la da forma mais coerente, prescrevendo o programa de treinamento adequado, e tendo sempre em mente que a regularidade é fundamental nas práticas esportivas - neste ou em qualquer outro período – para a otimização dos resultados almejados.

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