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Publicado: Sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Transplantes e Violência

Em breve reflexão sobre o assunto, cheguei a concluir que se trata de situações ou problemas difíceis e que, paradoxalmente, se aproximam. Todas as mortes violentas (assassinatos, desastres), em que as vítimas venham a falecer, com letalidade cerebral, podem ensejar transplantes de diversos órgãos, como aconteceu com a tragédia da menina Eloá e das crianças de Franca.
 
Portanto, lastimáveis situações violentas, muitas vezes, vêm a se tornar proveitosas, promovendo, com mais facilidade, benefícios aguardados pelas inúmeras pessoas que, na fila dos transplantes, naturalmente peticionam ao Deus que cultuam, tenham ao menos a possibilidade de conseguirem aquilo que almejam.
 
Aquele tradicional provérbio, “há males que vêm para o bem”, e que o meu antigo professor de ginásio, Irmão Manoel Pedro, gostava de expressar na forma negativa (não há males que para bem não venham) que sempre cito, pode ser relembrado todas as vezes que mortes violentas venham a proporcionar transplantes de órgãos. Louvado seja Deus!
 
Já que o mundo moderno preferiu optar voluntária ou involuntariamente pelos caminhos da violência e dos desmandos, a Onipotência Divina, em arroubos de misericórdia, permite que de um mal, possa vicejar um bem! Isso significa que a violência dificilmente conseguirá regredir, pois, contando com a tolerância Divina, está abrindo novos caminhos que ensejam considerá-la como de alguma utilidade.
 
Há necessidade, portanto, de direcionar o problema da violência para outros enfoques, visto como a bandidagem, livre dos entraves burocráticos, se moderniza todos os dias e se torna cada vez mais ousada, como se viu na explosão de uma Delegacia de Polícia!
 
Então, na seqüência do raciocínio, precisamos incorporar no cotidiano, a possibilidade não mais remota, como antigamente, do sofrimento motivado pelo insólito e inesperado surgir a qualquer momento. Nós, que sempre desejamos viver neste mundo com a relativa felicidade possível, nos sentimos decepcionados, mais uma vez, porque o círculo da desgraça e do sofrimento motivados pelas violentas ações dos maus e perversos cresce assustadoramente.
 
Só nos resta concluir que a oração continua como único remédio e que o fim dessa época, de insuportáveis desatinos, exigirá intensos esforços no sentido de melhor espiritualizar a vida reeducando-a com reais conhecimentos teológicos, dentro dos moldes da civilização cristã.
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