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Publicado: Quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Tomates verdes fritos

Já assisti duas vezes o filme “Tomates verdes fritos”, e acredito que verei ainda mais vezes.

Fico encantada com as histórias que a idosa senhora conta, talvez exatamente, como a dona de casa do filme fica encantada. Fascina-me a maneira como a senhora recria sua vida na forma de uma história repleta de significados.

O filme é capaz de nos fazer voltar ao túnel do tempo e, se lembrar de uma série de acontecimentos de nossa vida. Mas todas essas lembranças são tratadas com fatos separados uns dos outros.

Qual seria o fio que ligaria todos eles e os tornaria parte de uma única história? Essa é a grande dificuldade que as pessoas têm de reconhecer que rumo tomou a história da nossa vida.

A velha senhora do filme soube reconhecer a vida que viveu. Soube, sentir que sua história podia muito bem ter sido outra, não fosse o afeto pela amiga Ruth. Essa amizade que lhe deu chão, que foi o principal fio que juntou os capítulos de sua vida, dando a eles um sentido.

Enquanto a velha senhora narra à história de uma terceira pessoa (não revelando que essa pessoa era ela própria),  assim  vai tendo liberdade para observar-se no cenário de sua existência.

A cada dia ela foi descobrindo qual era o sentido da sua vida.

Quem sou eu? 

É disso que fala a simpática senhora quando narra sua história. O fato é de que nossa vida também tem uma história, e que podemos agir sobre ela. É o caso da protagonista, dona de casa gorda e sem motivação compreende.  Ao ouvir a história da velha senhora, vai revendo a sua própria e  descobrindo que ela pode mudar seu rumo.

E a nossa história como anda? É somente observando o caminho que temos feito que esteja  a chave da sua construção.

Vale a pena ler ou assistir o filme “Tomates verdes fritos” e deliciar-se com suas lições de vida.

A simpática senhora merece ser ouvida.

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