Colunistas

Publicado: Segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Terra de Ninguém (1973)

Terra de Ninguém (1973)

Terra de Ninguém é o primeiro filme que Terrence Malick escreve e dirigi que anos depois viraria sua marca pessoal. No primeiro filme vemos algumas coisas que consagrariam Malick e deixa sua assinatura como câmeras subjetivas, narração em off e um fotografia sublime.

Malick dirigiu um dos melhores filmes de 2013 que é "Amor Pleno" estrelado por Ben Affleck, Olga Kurylenko, Rachel McAdams e Javier Bardem. Sem duvidas um dos melhores filmes da sua carreira, mas ao voltarmos a essa produção, percebemos algumas diferenças entre os outros. Primeiro pelo pouco uso da câmera subjetiva ou plano situação e uma historia muito bem contada e apaixonante.

"Road movies" que é o caso de Terra de ninguém, tem como sua marca algo apaixonante e a maioria é assim, primeiro por se tratar de uma jornada de auto-conhecimento, redenção ou até "viajar por viajar". "A vários filmes que tratam o "road movies" de uma forma mais romântica como "On the road", "Sem Destino", "Na natureza Selvagem", "Amor a queima roupa" e "Thelma e Louise".

 Em Terra de ninguém, Malick usa uma historia que vai entre o amor inocente de um jovem casal, até assassinatos brutais e assaltos. Mas é incrível que mesmo com um tema tão pesado ele consegue manter a historia num tom mais leve e descontraído, coisa que não aconteceria se caso Quentin Tarantino ou Sean Penn dirigisse esses filmes.

O filme começa com uma narração de Holly (Sissy Spacek) uma jovem de 15 anos, que conta o começo de sua vida. A dura realidade que vive com um pai super-protetor e quando conhece Kit (Martin Sheen) um outro jovem 10 anos mais velho que ela. Ele larga os estudos e vira lixeiro,um dia voltando do trabalho encontra Holly e começa a conversar com ela,apesar dos diálogos bobos que não é culpa do roteiro e sim deixar a trama um pouco mais infantil,logo ela tem um "plot" e os personagens ganham outra cara. Kit é um garoto rebelde, não leva desaforo para casa e bem impulsivo, e Holly uma garota doce e gentil. O filme se passa em 1954 e tudo naquela época girava mais romântico, tínhamos o começo do "American way of life" ;Hollywood tinha conhecido "James Dean", e como ele é várias vezes citado no filme. Ele se parece com Kit desde suas atitudes e o seu visual rebelde. Quando o pai de Holly que é vivido pelo ator Warren Oates descobre que ela anda com Kit,ele a castiga de uma forma bem cruel,matando seu cachorro. Kit tenta conversar com o velho, mas ele só o afasta ainda mais de sua amada. Outro ponto que gostei do filme é como não tem explicação o do porque Kit ou Holly toma certas atitudes e não reagem a outras. Kit que fica proibido de chegar perto de Holly, invade a casa dela armado, pega suas roupa e coloca em uma mala, e quando o pai dela tenta impedir ele atira nela. A frieza dos dois é incrível, mas mesmo assim você não fica chocado ou tenta julgá-los por suas ações, Holly simplesmente aceita o fato do assassinato e Kit joga o corpo no porão e incendeia a casa de Holly para fingir um falso suicídio.

Os dois conseguem fugir de casa, e vão morar em uma floresta e criam um mundo utópico, mas dentro da trama faz sentida essa relação. Logo a farsa deles é descoberta e eles são caçados por todo o país e a trilha de corpos que Kit faz só aumenta. Como disse que a trama também tem narrações em off,você não consegue decifrar os personagens,em momento algum;Principalmente o final com Kit,você não entende bem os atos dele.

Wes Anderson se inspirou em Malick para escrever e dirigir "Moonrise Kingdon" um dos seus últimos filmes e assim como o de Malick é incrível e gostoso de ser ver.

Um amor é igual aos filmes de estrada, você conhece a pessoa do nada, forma um laço afetivo, passam por uma aventura,logo se apaixonam,brigam e do nada você percebe que não pode viver longe dela, mas assim como a vida só o destino pode saber o que vai acontecer com o seu "grand finale".

Comentários