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Publicado: Terça-feira, 22 de abril de 2014

Terça-Feira

Terça-Feira

Sabem que nesta terça-feira acordei analisando o quanto este dia é inútil. Dia sem sal e sem graça. Sem nada.

A segunda-feira tem sua particularidade, dia folclórico, dia dos bocejos e dos lamentos, dia do sono e das novidades do fim de semana. Dia ‘’brabo’’. Dia que o corpo ainda está sofrendo pelos exageros dos dois dias anteriores. Dia do mau humor e de olhar o relógio a cada cinco minutos para conferir se o expediente milagrosamente não chegou ao fim.

E, a quarta-feira, então? Dia da feira! Dia do pastel de carne com queijo. Além do mais é também dia de futebol, o espetáculo que move esse país. Metade da semana útil.

Vem o dia seguinte e nós (eu pelo menos), da classe trabalhadora, começamos a ficar felizes. A quinta-feira vem com seu aroma de descanso. Podemos perceber o humor mudando, os planos começarem, os sorrisos aparecerem, o cansaço diminuir por incrível que pareça.

E então, a paixão nacional. Ah! A sexta-feira. Dia do happy hour. Dia que toda a repartição, setor, empresa, está feliz. Qualquer coisa vira piada. O dia passa prazerosamente enquanto nos damos conta de que mais uma semana de nossa vida acabará. Sexta-feira que alimenta os comerciais de cerveja e as letras do infame gênero musical ‘’sertanejo universitário’’.  Dia de conectar-me à rede social e me deparar com incontáveis bebês sorrindo com a legenda “Oba! Sexta-feira!”.

E o próximo dia é uma extensão do anterior. O sábado eu chamo de ‘’dia de desligar o despertador’’. Sábado é quando a cama nos segura e nos pede para ficar mais um pouquinho. E na maioria dos casos o pedido é aceito sem relutância.

Depois do dia mais tranqüilo, vem o dia família. Domingão. Dia de missa e de molho. Dia de engordar com macarrão, nhoque, lasanha, arroz de forno. Pra quem quer se abster do tomate, existe a opção do churrascão com muita picanha e pão de alho. Vale lembrar que é dia da segunda dose de futebol e a dose mais emocionante, ainda.

Agora, para garantir, pode ler o texto novamente a partir do segundo parágrafo.

E esse diazinho, hein? Terça-feira. Tão cheio de nada que sinto até dificuldade em escrever sobre. Meus amigos, sejam segundas-feiras, chatos, angustiantes mas eu suplico: não sejam como as terças-feiras. Sejam odiados, esperados, vividos mas não passem a semana sem marcar. Sem se notar.

 

Boa terça-feira a todos.

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