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Publicado: Segunda-feira, 13 de abril de 2009

Tendo Olhos não Vedes

Para que serve o poder
Se não vedes a que serve?
Vê-o o Profeta
Vê-o o Poeta
Vê-o o esteta
Vê-o o Asceta
Vê-o o exegeta
Vê-o o mísero na sarjeta
Vê-o em delírio o pateta,
Seja doente ou capeta,
Do jeito que bem quiser.
Até o cego vê bem
Na dimensão do que tem!
Vê por ver, por querer ver,
Pela lúcida transparência,
Por nela aspirar viver,
Pela vontade de ter
Mensagem a que se ater
Aos desígnios do seu ser,
Num autêntico e constante amanhecer!
Mas não o vê o dependente da teta
da sinecura, mamata,
sem ética, pleno egoísta,
egocêntrico, leviano,
amigo da insana treta,
do engano, da astúcia, do ardil, do estratagema e da manha.
Portanto, só não vê quem não quer ver
argueiro na própria retina,
Nem palmo à frente do seu nariz,
Ego enrustido e inculto
A perverter e, a corromper-se de estulto,
Tudo em volta, até morrer,
Cálculo e ódio a carcomer
As entranhas do poder,
Engendrado pra Servir,
Mas só usado a servir-se,
Sem perguntar-se da origem
Ao povo, que pouco vê.
(Cento e oitenta “diretores”
Para SERVIR do poder seus detentores,
os oitenta senhores Senadores...)
(+ a fanfarra indiscriminada das etéreas viajas aéreas)
Em geral o poder não vê,
A essência, a missão, a transparência,
Em si, nada prevê contra “egrégios seus poderes",
Pois seu exaltado ego não o permite e não quer!
Não orienta ou ensina,
Não educa, nem o prioriza, por tal não ser SOBERANO nem vital,
seu INTRÍNSECO interesse,
(salvo raras exceções em raríssimas ocasiões)
Onde estás austeridade,
a requerer maturidade,
ordem e prioridade?
Onde estás, onde estás, onde te escondes, na presente circunstância?
Por não ter olhos pra ver,
Nem alma para sentir,
Nem mente para prever,
Nem ouvidos para ouvir,
Nem coração a latir,
Por não ter nada a perder
Nessa aura em que se enleva, o poder,
Sem esperar obter
Na vida dentro da vida
A Verdade transcendente, como é lida
Sem consciência inibida.
Insensível como é a luta,
Digna, forte e plena lida,
Como é tão bem concebida,
Sem sentir como ela é tida
Na geração do saber,
Do honesto e do culto conceber!
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