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Publicado: Quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sustentabilidade e as Mídias Sociais

Crédito: Deborah Dubner / Itu.com.br Sustentabilidade e as Mídias Sociais
Alan Dubner, semana passada, na Normandia

O Dia Mundial do Meio Ambiente, no ano Internacional das Florestas marca o início da mais importante jornada rumo à SUSTENTABILIDADE. A partir de agora, qualquer que seja sua atuação profissional, você estará intimamente ligado ao tema. Quanto mais familiarizado e atuante você estiver maior serão suas possibilidades de desenvolvimento pessoal. A verdade é que todo mundo fala sobre emissão de carbono, reciclagem, desmatamento, reuso da água, produtos orgânicos, poluição, lixo, selo verde, ISO 14.000, energia limpa e até mesmo sustentabilidade sem realmente saber do que se trata. Para piorar, poucos compreendem como tudo isso está interligado e o quanto afeta diretamente suas decisões. Hoje o melhor caminho para aprender, ficar sintonizado e acompanhar as questões de sustentabilidade, são as mídias sociais. Todos, de alguma forma, estão conectados, mas poucos sabem como otimizar os resultados.

Nessa semana, o que podemos falar do meio ambiente? Estamos ainda digerindo a reunião do G8 na Normandia (França), a preparatória para a COP 17 em Durban (África do Sul) e o fracasso do Código Florestal na Câmara dos Deputados. Os deputados votaram na “Licença para Matar” e anistia aos crimes ambientais. O que mais impressionou foi a propaganda de que os ambientalistas (chamados de uma forma pejorativa) eram contra o desenvolvimento e queriam acabar com os agricultores pobres ou pobres agricultores. Teve muita gente que acreditou (honestamente) nessa bobagem e veiculou através de blogs, Facebook, twitters e conversas de bar de que esses radicais queriam impedir o Brasil de crescer. Como se não bastasse, teve aqueles que disseram que tudo isso não passava de uma conspiração de estrangeiros, que já haviam destruído suas próprias florestas e agora queriam “meter o bedelho” no nosso país. Só não dá para rir porque as consequências são bem sérias para todos nós.

O que muda no Código Florestal Brasileiro é que apenas as Unidades de Conservação continuarão protegidas enquanto as encostas dos morros, beira de rios e a nossa rica biodiversidade poderão ser desmatadas em nome de... sei lá do que! A riqueza (em dinheiro mesmo) da biodiversidade, por hectare, da floresta Amazônica é muito maior que, por exemplo, a plantação de soja. Só fazer as contas. Quem leu o relatório do IPEA (08/06/2011), uma agência do governo federal, consegue entender claramente o desastre que está ocorrendo e a gravidade quanto ao futuro, agora nas mãos do Senado, do Código Florestal Brasileiro.

Para se ter uma ideia o Código quer anistiar uma área do tamanho do RS. A situação está tão crítica que o Ministério do Meio Ambiente foi obrigado a criar o Gabinete da Crise para reduzir o desmatamento da Amazônia. Ou seja, não há como ficar neutro nessa questão. O impacto em todos os negócios será crítico e, portanto torna-se importante conhecer profundamente as questões da sustentabilidade. Enquanto a Anfavea comemora recorde na produção de automóveis no primeiro trimestre desse ano, o trânsito de São Paulo chora! Tem algo errado nessa equação!

Novamente, a mídia social é o caminho para esse entendimento e aprendizagem. O efeito desse “boca a boca” pode fazer uma grande diferença. Vejam o artigo que publiquei na Revista de RH, “Recursos Humanos Sustentáveis”. No mês de agosto estarei dando um curso sobre Mídias Sociais e a Sustentabilidade. A classe terá apenas 16 pessoas para a que a gente consiga interagir individualmente na área de cada um.

Nesse momento o Código Florestal Brasileiro é o principal tema no meio ambiente e precisa da nossa atenção. Procurem se informar bem com quem vocês confiam. Eu pessoalmente gostei muito do artigo do biólogo Joaquim Maia Neto e da matéria sobre o Manifesto em Defesa das Florestas.

Estamos em contagem regressiva para a Rio + 20, que será o evento mais importante para o meio ambiente.

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