Colunistas

Publicado: Sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sustentabilidade

Sustentabilidade

Na hotelaria alinhada aos novos tempos, mais que palavra da moda ou jargão marqueteiro, sustentabilidade é um conceito que já se confunde com a operação. Muito além da preocupação ecológica embalada por boas intenções, as grandes redes progressivamente adotam programas que demonstram sério compromisso com a questão.

Com uma visão pragmática, o objetivo é encontrar o ponto de equilíbrio ideal entre ações que buscam a preservação ambiental, mas sem abandonar a questão social ou fatores econômicos. Assim, de nada adianta captar águas pluviais de uma pousada se o seu esgoto contamina o lençol freático. Ou o surgimento de um novo empreendimento em área carente se não beneficiar a comunidade local com geração de empregos e serviços.

A rede Accor é um bom exemplo desta nova tendência com os seus programas de desenvolvimento sustentável. Sob o guarda-chuva global do programa Earth Guest, a meta é preservar a biodiversidade, água, energia e resíduos. Os seus responsáveis na América Latina, Joseph Levy e Julia King, citam a Carta Ambiental, com 65 requisitos nas áreas de água, energia, resíduos, biodiversidade e social que os hotéis devem cumprir para atender as diretrizes de desenvolvimento sustentável do grupo. Somam-se projetos como o Plant for the Planet, que plantou 130 mil árvores em dois anos a partir de economias obtidas pelo reuso de toalhas. Esta preocupação se estende ao desenvolvimento da comunidade local, proteção à infância, combate a epidemias e doenças crônicas, ou parcerias com entidades que capacitam jovens carentes para a hotelaria. Fazem parte ainda programas de combate à exploração sexual infantil e cláusulas que vedam o trabalho de crianças em fornecedores.

A Accor não está sozinha. As políticas corporativas de redes internacionais, sob o olhar vigilante de hóspedes cada vez mais atentos às boas práticas de sustentabilidade, se incorporaram à rotina diária. Vão da redução do consumo de energia e água, emissão de gases e eliminação de desperdícios a programas de conscientização de empregados e hóspedes, ou participação em atividades comunitárias que preservem o verde. Exemplos não faltam. O programa LighStay do Hilton calcula e estabelece metas para reduzir impacto ambiental de 200 atividades internas. Adotando iniciativas como estas, tornou-se a primeira rede a receber globalmente a certificação ISO 14001 (Meio Ambiente).

Da mesma forma, a IHG (Intercontinental) mantém o programa Green Engage, que mede e gerencia online do consumo de energia e água e o nível de desperdício de seus hotéis, com reconhecidas inovações em tecnologias verdes aplicadas à hotelaria. Há ainda o Starwood, com o seu programa Element; o Hyatt, com mais de 2 mil metas para reduzir energia, água e emissão de gases; o Wyndham que pretende reduzir a emissão de carbono de seus hotéis em 20% até 2020; e o Marriot, com o um portfólio de iniciativas inovadoras em conservação, que se estendem além das fronteiras de suas propriedades.

Espera-se que o exemplo destas grandes redes se propague e multiplique. O planeta Terra agradece desde já.

*Este texto foi publicado também na coluna Viagens de Negócio, de Fábio Steinberg, no dia 17 de novembro, no Diário da Associação Comercial de São Paulo.

Comentários