Superávit do setor público bate recorde
Segundo o BACEN, o superávit primário do setor público consolidado alcançou R$26 bilhões em janeiro, o melhor resultado para o mês desde o início da série, em 2001. O Governo Central registrou superávit de R$20,2 bilhões; os governos regionais, superávit de R$5,2 bilhões; e as empresas estatais, superávit de R$547 milhões.
O superávit acumulado em doze meses atingiu R$137 bilhões (3,30% do PIB), superando em 0,19 p.p. do PIB o superávit registrado em 2011.
Os juros nominais, apropriados por competência, alcançaram R$19,7 bilhões em janeiro, comparativamente a R$20,6 bilhões em relação ao mês anterior. No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$237,1 bilhões (5,71% do PIB), reduzindo-se 0,01 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
O resultado nominal, que inclui o superávit primário e os juros nominais apropriados, registrou superávit de R$6,4 bilhões em janeiro. No acumulado em doze meses o déficit nominal atingiu R$100,1 bilhões (2,41% do PIB), comparativamente a R$108 bilhões (2,61% do PIB) em 2011.
Considerando-se o comportamento das principais fontes de financiamento do setor público, destacaram-se no mês as reduções de R$56,7 bilhões na dívida bancária líquida, de R$2,1 bilhões no financiamento externo líquido e de R$2 bilhões nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, contrabalançadas, parcialmente, pelo aumento de R$54,4 bilhões na dívida mobiliária.
A dívida mobiliária federal, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$1.724,3 bilhões (41,6% do PIB) em janeiro, registrando decréscimo de R$58,7 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu resgates líquidos de R$76,8 bilhões, decréscimo de R$0,7 bilhão em razão da apreciação cambial e incorporação de juros de R$18,8 bilhões.
Destacaram-se emissões líquidas de R$20,1 bilhões em LTN, de R$7,8 bilhões em NTN-B e de R$2,5 bilhões em LFT; e os resgates de R$104,4 bilhões em NTN-F e de R$2,3 bilhões em NTN-C.
A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a dezembro: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio passou de 0,5% para 0,4%; a dos títulos vinculados à taxa Selic caiu de 26,2 para 25,9%; a dos títulos prefixados passou de 32,6% para 28,2%, dado os resgates líquidos de NTN-F; a dos títulos vinculados a índices de preços reduziu-se de 25,2% para 25,1%. A participação das operações compromissadas elevou-se de 14,9% para 19,8%, apresentando vendas líquidas de R$110,7 bilhões no mercado secundário.
Ao final de janeiro, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$250 bilhões, 14,5% do total, com vencimento em 2012; R$402,6 bilhões, 23,3% do total, com vencimento em 2013; e R$1.071,7 bilhões, 62,2% do total, vencendo a partir de janeiro de 2014.
Em janeiro a exposição total líquida nas operações reversas de swap cambial alcançou R$2,5 bilhões. O resultado dessas operações (diferença entre a rentabilidade do DI e a variação cambial mais cupom) foi desfavorável ao Banco Central em R$185 milhões, no conceito caixa, valor contemplado na apuração das necessidades de financiamento do setor público.
A dívida líquida do setor público atingiu R$1.544,6 bilhões (37,2% do PIB) em janeiro, elevando-se 0,7 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
O aumento da relação DLSP/PIB em janeiro decorreu da apropriação de juros nominais, equivalente a 0,5 p.p. do PIB, da valorização cambial de 7,3%, que contribuiu para o aumento da relação em 1 p.p., e do reconhecimento de dívidas, que contribuiu com 0,1 p.p. Em sentido contrário, o superávit primário e a variação na paridade da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida contribuíram para redução da DLSP/PIB em 0,6 p.p. do PIB e 0,1 p.p. do PIB, respectivamente.
A Dívida Bruta do Governo Geral (Governo Federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$2.287,1 bilhões (55,1% do PIB) em janeiro, elevando-se 0,9 p.p. do PIB em relação ao mês anterior, em função, principalmente, das emissões líquidas de operações compromissadas. Em relação à composição da DBGG por indexador, destacou-se, no mês, o crescimento da parcela indexada à taxa Selic, que atingiu 43,1%, ante 38,7% em dezembro.